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Um bom pretexto para denunciar a infame campanha que o patronato move contra a classe trabalhadora (nós, apesar de um dos membros ser o seu próprio patrão), nem que seja necessário recorrer à mais baixa calúnia.

quinta-feira, maio 10, 2012

Portugal está a construir a primeira torre eólica flutuante - Economia - Notícias - RTP 

Portugal está a construir a primeira torre eólica flutuante - Economia - Notícias - RTP

quinta-feira, novembro 17, 2005

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Latrina II

Numa reunião recentemente havida aqui na tasca, um funcionário zeloso do bom ambiente laboral queixou-se do mau cheiro que escapava dos "armários aquáticos" (WC) do local de diária labuta.

Seguiu-se uma discussão de trampa sobre um assunto de merda, sendo o peido mestre no diálogo dado pelo meu patrão laconicamente declarando:

-Aqui ninguém me apanha a fazer isso durante a semana!

Ao que lhe foi prontamente respondido em tom de "Este filho da puta é mesmo uma besta!":

- OK. Está decidido: ninguém caga nesta empresa!

À pronta risada seguiu-se uma proposta digna de um brainstorming do Dilbert:

- Proponho que se inclua no plano de formação uma acção teórico-prática sobre o tema: "Retenção de fezes em horário de expediente".


Suponho agora que a limitação da abstinência intestinal ao expediente se deve ao facto de por esta decisão se compensar de alguma forma o esforço suplementar mas nunca remunerado das horas extraordinárias.

Quiça também se tenha assim descoberto a solução para o problema da baixa produtividade em Portugal. Toda a gente sabe que o cheiro a merda não inspira ninguém a trabalhar. Veja-se as moscas... E por oposição, veja-se as abelhas. Ou as formigas. Ninguém jamais ouviu falar de uma colónia de moscas trabalhadoras, pois não?

Se as seguintes personagens estivessem presentes nesta bela e inesquecível reunião, teriam dito:

Bejamin Franklin:
"Merda é dinheiro!"

Milton Friedman:
"O Laxismo é a morte do Capitalismo!"

Marx :
"Proletários de todos os países, cagai-vos!"

terça-feira, outubro 05, 2004

Um ano disto

Em apenas um ano, que representa 1/45, sensivelmente, da carreira de qualquer assalariado, o meu patrão conseguiu praticar todas as vilezas possíveis até à indecente proposta final de alteração de contrato que, à minha recusa, levou a que o biltre se tornasse o meu ex-patrão. Ser demitido. A experiência que faltava, esta com a benesse de ter a componente de libertação, valha-me, no limite, isso. Como estamos aqui apenas a apontar a efeméride não vou listar todas essas ignomínias, porque pretendo acabar o post ainda durante o dia de aniversário do blogue. Prometo que a elas voltarei.

Já no outro 5 de Outubro, bem apontava o Proletário, houve uma meia-dúzia de bem-intencionados, que sim senhor, quiseram provocar uma transformação real e para melhor. Tendo sido um bonito projecto, ainda teriam que passar mais de 60 anos até se chegar perto de uma concretização. Por aqui, não é muito diferente. Apostava que para todos os que fundaram esta casa, a ter havido aumentos, terão sido de trabalho.

Por fim, se para o ano, entre o post de aniversário e o post anterior tiverem passado menos de seis meses, já é capaz de haver razões para parabéns.
Há um ano, quando este abrigo dos oprimidos laborais abriu as portas, eu estava fodido com o meu patrão. O sacaninha prometia-me um aumento há meses, o trabalho era cada vez mais exigente e o saldo da conta bancária permanecia inalterado a cada início de mês. Doze meses depois tudo mudou. O tal sacaninha foi-se embora para a concorrência, entrou um novo chefe e voltaram as promessas. O novo capataz farta-se de gritar. Remodelou o tasco e atribuiu novas competências ao povo. Mas a minha conta bancária está na mesma. Ou seja, o novo chefe é tão mentiroso como o primeiro. Daqui a um ano devo estar aqui a escrever a mesma merda. Encaro cada vez mais seriamente a hipótese de descarregar o autoclismo e dizer ao meu patrão tudo o que penso dele. Pior também não posso ficar.

sexta-feira, abril 23, 2004

Latrina

Chamam-lhe cantina, mas a tasca da minha empresa devia antes ostentar o título desta missiva. Aqui também temos três pratos à escolha, mas é cada vez mais complicado escolher o menos mau. As tipas têm uma lista de 20 pratos que roda durante todo o mês, o que faz com que já ninguém aguente a merda que nos põem à frente. Faz-me lembrar a taberna da minha faculdade também ela um verdadeiro santuário do terrorismo gastronómico. Aqui neste antro de escravidão, os sacaninhas da administração ainda conseguiram inverter a lógica: em vez de sermos indemnizados pelo bife de sola que nos impingem, ainda têm a lata de cobrar 4,5 euros por refeição. Qualquer dia teremos de voltar ao velho sistema de trazer a marmita de casa...

quinta-feira, abril 22, 2004

A cantina

Uma das inúmeras ilegalidades que são cometidas no meu local de trabalho prende-se com o facto de eu (ou qualquer dos meus companheiros) não possuir hora de almoço; aliás, tenho de cumprir um turno de oito horas consecutivas, sendo que qualquer pausa que eu faça, seja para comer, beber ou ir à casa de banho, faço-a por minha conta e risco. E como deixei de ser estúpido há muito tempo, à hora de almoço (lá pela uma da tarde) vou mesmo buscar um tabuleiro com o almoço, que depois devoro no meu submarino. Não se como nada mal, há sempre três pratos diferentes, e sobretudo a cantina é em regime de self-service, o que me permite escolher o que vou comer e depositar quantidades inusitadas de comida no prato.

Porém, há um pormenor que me irrita solenemente: a inércia dos outros. Visto que a maior parte dos outros trabalhadores, ao contrário de mim, possuem efectivamente uma pausa para o almoço, parece que fazem questão em demorar o máximo de tempo possível a escolher o que vão comer, ignorando ostensivamente o tamanho da fila que têm atrás. E como, invariavelmente, quando chego tenho mais de vinte pessoas à minha frente, lá tenho de aguentar estoicamente o suplício de observar o comportamento indolente dos cabrões, enquanto os insulto mentalmente. Fico a vê-los a decidir vagarosamente de qual dos três pratos se irão servir, depois a escolher os melhores pedaços (e quando é dia de cozido à portuguesa a tarefa é ainda mais demorada), avançam mais um pouco, escolhem as saladas que pretendem, servem-se de mais um pouco, adormecem ligeiramente, olham para as sobremesas, depois servem-se dos molhos, chegam à caixa, ficam a pensar na bebida que querem, e parece-me que ainda fazem questão de pagar com as notas de maior valor, trazendo dificuldades no troco. E isto multiplicado por todas as pessoas que estão à minha frente, que aliás vão conversando animadamente, como se lhes fosse indiferente avançar ou não.

Lamentavelmente, terei que usar algum vernáculo para mostrar aquilo que eu penso deles: Vão-se foder, vão todos para o caralho mais velho, vão fazer broches a zebras! Se não têm nada para fazer, vão trabalhar, que é para isso que vos pagam! Se querem conversar, vão para um café! Ou então fiquem a falar pelos corredores, como aliás se vê tão frequentemente durante o dia (excepto quando há rumores que há gente a ser despedida; nestas alturas, o que é preciso é fingir que se trabalha).

E ainda falam daquelas operárias fabris que têm relógio de ponto nas casa de banho... elas ao menos podem ir.

sexta-feira, abril 02, 2004

A Estética é o isco do capitalismo!

Abaixo a Estética!

quinta-feira, março 11, 2004

Cacetada

Conforme é hábito cá no tasco, é chegada a hora de marcar férias. O que à partida poderia representar um raro momento de alegria laboral - afinal estamos a marcar os dias em que vamos estar longe do suplício - tornou-se afinal numa acesa batalha. O ano até tem 366 dias, mas, à boa maneira dos tugas, só três meses é que contam para o gozo do folguedo. Temo que isto vai acabar mal. Vou sugerir um torneio medieval com lanças a cavalo. Desta vez, havemos de ser nós a notícia...

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Carnaval

A chuva vai batendo na vidraça em frente à minha secretária. Estamos na véspera da chamada Terça-feira gorda e eu aqui em frente ao computador, sem nada que fazer. Amanhã, parece que o patrão vai dar folguedo ao povo. Não sei se é suposto vestir-me de palhaço e ir para a rua festejar a época mas já não há pachorra. O Carnaval é invenção de um patrão de camisaria, que um dia se lembrou de despachar a colecção de trapos que há décadas ocupavam as prateleiras do armazém. Como dizem os pássaros de uma bebida canarinha , só mesmo um português para se lembrar de desfilar em tronco nu em Fevereiro. É triste ver o povo a sucumbir ao inebriante desfile de raparigas demasiado avantajadas para estar um centímetro que seja acima da vista. Festa onde participa o Alberto madeirense não pode ser festa de bem. Se isto fosse um país a sério, o patrão pagava-nos o carnaval no Rio. Não no Tejo, no verdadeiro Rio. E o bilhete era só de ida.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Envio na Integra Circular Interna (verídica) de uma multinacional
> > > Americana em Portugal.VALE A PENA LER...
> > >
> > > It has been brought to our attention by several officials
> visiting our
> > > corporate Headquarters that offensive language is commonly
> used by our
> > > Portuguese-speaking staff..
> > > Such behavior, in addition to violating our Policy, is highly
> > > unprofessional and offensive to both visitors and colleagues.
> > > In order to avoid such situations please note that all Staff
> is kindly
> > > requested to IMMEDIATELY adhere to the following rules:
> > >
> > > 1) Words like merda, caralho, foda-se, porra or puta que o
> pariu and
> > > other such expressions will not be used for emphasis, no
> matter how
> > > heated the discussion.
> > >
> > > 2) You will not say cagada when someone makes a mistake, or
> ganda merda
> > > if you see somebody either being reprimanded or making a
> mistake, or
> > que
> > > grande cagada when a major mistake has been made.
> > > All forms derivate from the verb cagar are inappropriate in our
> > > environment.
> > >
> > > 3) No project manager, section head, or executive, under no
> > > circumstances, will be referred to as filho da puta, cabrão, ó
> > > grande come merda, or vaca gorda da puta que a pariu.
> > >
> > > 4) Lack of determination will not be referred to as falta de
> colhões or
> > > coisa de maricas and neither will persons who lack
> > > initiative as picha mole, corno, or mariconso.
> > >
> > > 5) Unusual or creative ideas from your superiors are not to
> be referred
> > > to as punheta mental.
> > >
> > > 6) Do not say esse cabrão enche a porra do juízo if a person is
> > > persistent.
> > > When a task is heavy to achieve remember that you must not
> say é uma
> > > foda.
> > > In a similar way, do not use esse gajo está fodido if
> colleague is
> > going
> > >
> > > through a difficult situation. Furthermore, you must not say que
> > putedo
> > > when
> > > matters become complicated.
> > >
> > > 7) When asking someone to leave you alone, you must not say
> vai à
> > merda.
> > >
> > > Do not ever substitute "May help you" with que porra é que tu
> queres??> > When things get tough, an acceptable statement such as
> "we are going
> > > through
> > > a difficult time" should be used, rather than isto está tudo
> fodido.> >
> > > 8) lNo salary increase shall ever be referred to as aumento dum
> > cabrão.
> > >
> > > 9) Last but not least after reading this memo please do not
> say mete-o
> > > no cu. Just keep it clean and dispose of it properly.
> > > We hope you will keep these directions in mind.
> > >
> > > Thank you.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Horas de aperto

Por vezes, as discussões político-filosóficas sobre as grandes linhas de orientação da humanidade quanto à questão laboral deixam esquecidas questões aparentemente menores, mas absolutamente decisivas. Pois julgo que tem sido muito pouco estudado um fenómeno que condiciona irremediávelmente todo o ambiente de trabalho: o comportamento intestinal dos trabalhadores.
Uma casa de banho limpinha é o sonho de qualquer assalariado que se preze. Por muita disciplina que se tente incutir no tubo digestivo, nunca se sabe quando é que a natureza nos obriga a baixar as calças na propriedade do patrão.
Há uma psicologia inerente à actividade defecadora. O desinibido sai do posto de trabalho com o jornal debaixo do braço e não hesita se lhe pergunta onde vai: “Vou enviar um faxe”. O discreto sai da sala com ar despreocupado e tenta chegar à casa de banho sem ser visto. Mas não se importa de confessar o destino aos camaradas mais próximos. Quem sofre mais é o tímido. Este nunca quer que se saiba que foi cagar. Se estiver mais alguém na casa de banho, dirige-se ao urinol e aguenta a vontade que o martiriza até não estar ninguém à vista. E só sai do trono se não ouvir ruído algum na casota.
Mas o que realmente faz a diferença entre um obrar descansado ou um terror para todos é a tipologia do WC. Eu tenho a sorte de trabalhar numa empresa com vários pisos e dezenas de sanitas (só não percebo porque é que só se lembram de limpá-las na exacta hora em que me sento). Mas já sofri as amarguras de laborar num escritório com um só trono para 40 almas. O cheiro chegava demasiado perto do posto de ofício. E depois há a velha questão do papel. Nunca, mas mesmo nunca se sente sem confirmar que há papel para a missão. Ou ganha um andar novo ou perde uma amizade...

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Dialectica

Deixando desde logo claro que nao tenho quaisquer aspiracoes a ser patrao e salientado que quem tao torpes insinuacoes levanta e patrao ele proprio, julgo que os dois ultimos posts levantam a questao que eu proprio tenho trazido a este blog. Quem e afinal o meu patrao?
Onde acaba o chefe e comeca o patrao?
Para onde dirigir os nossos esforcos denunciativos?
Como bem lembra o Cientifico, devemos censurar o patrao da defesa? E o chefe de servico?
Embora compreenda os temores do Le Fante em relacao a maioria dos chefes, outro havera que eu nao incluiria nessa temerosa lista.
Sacrilégio!!

Há muito que temia a chegada deste dia. Do dia em que nesta casa viesse um camarada em defesa dessa figura a que já me referi em 2 ou 3 posts, e que considero do mais rastejante que existe na relação laboral - a chefia intermédia. Concordo com o camarada Eanes quando diz que não se pode confundir chefe com patrão. Concordo quando exala o seu fel em relação ao patrão. Agora, sair em defesa do chefe parece-me excessivo e desajustado. E porquê?

Ora o patrão, na sua vileza, é o adversário que não deixa dúvidas. É o inimigo declarado. É a outra parte do contrato. Há aqui uma lealdade de confronto que nos permite saber com o que contar. Sabe-se que a figura está lá e que atacará à primeira oportunidade. Existe aqui uma lealdade bélica.

Já o chefe, esse, muito provavelmente começou por ser nosso colega, falou e fala mal do patrão comum à hora do almoço, anseia pelo poder e essa é a verdadeira questão. A sede de poder que alimenta muito mais o chefe que o patrão. O chefe é um escroque! É escroque porque conspira para os dois lados. Tanto se preocupa em dificultar a vida aos seus subordinados, com orgulho de cão de fila, como sonha em, por qualquer meio, ocupar o lugar do patrão que bajula.

Aguardo a reacção dos prezados camaradas.
O Delírio

Qual Pinto da Costa do sistema, começa a sua intervenção por apontar que revelei um e-mail privado. Meu caro, revelei algo privado mas com impacto neste blog - o seu desejo íntimo de se tornar chefe. Não se esconda numa pretensa devassa da sua vida privada e se encolha nessa esquina argumentativa - assuma-se na sua nostalgia, Chef Silva. Podemos falar de chefe da estação como de patrão da defesa numa equipa de futebol. Não tente encontrar escapatórias linguísticas de "patrão explora" e "chefe é explorado". O Poder corrompe e corrompe-lhe o espírito. Mas não darei mais oportunidades a que solte as suas "ignomias". O Futuro o dirá.

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Calunia

O camarada Cientifico cometeu uma infamia que eu so julgava ao alcance do proletario: Divulgar um mail privado. Sera talvez defeito de formacao.
Julgo ter ele cometido um, pelo menos um, erro assaz grave. Confunde chefe com patrao.
Patrao oprime. Patrao tiraniza. Patrao explora. Patrao paga pouco e mal e a mas horas, mas quase sempre paga. Ha uma funcao remuneratoria inerente a funcao.

Chefe foge desta categoria. Senao, onde enquadrar o chefe de sala, o chefe de estacao, o chefe de turno, o chefe de turma ou o mitico sub-chefe? Classes tao elegantes e quica tao oprimidas como o mais camarada dos camaradas.

Nao me quero alongar mais. Alias, a sua ignomia nao devia sequer ter resposta. E nao vejo onde e que a mencao aos coracoes, ao sentimento, demonstre qualquer intencao em ser patrao!!! Torpe acusacao, ainda para mais vinda do unico patrao que conheco!

Cumprimentos
Um breve e-mail

Gostaria de partilhar convosco a forma como o nosso prezado parceiro de blog, Gil Eanes, assina no seu último e-mail a antigos camaradas:

"O vosso ex-chefe (ainda chefe nos vossos coracoes)"

Não bastando os rumores de que a internacionalização, para além dos acentos, lhe corroesse o bom senso, eis que o desafio a justificar não apenas a assumpção de que um dia foi patrão, mas de igual forma a sua vontade patente em voltar a sê-lo.

Comiseradas saudações.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Folguedo

Uma semana afastado da entidade patronal não chega para apagar a raiva ao capital. Estou no último dia de folga e já estou deprimido. Ainda por cima, sei que me espera novo chefe e redobrada chatice. Não se podia acbar de vez com o trabalho e voltar ao sistema simples de caçadores-recolectores, praticantes da troca directa? Por mim, entregava de bom grado as vossas carcaças por dois meses de pão e vinho.

terça-feira, fevereiro 03, 2004

PRÉMIO - UM NOBEL JÁ E AGORA PARA O IPQ

Excelências,
Impele-me apenas o desejo profundo de partilhar com aqueles que mais destesto (e fica por aqui a minha contribuição para a porradaria que por aí anda...) esta belíssima pérola da Literatura Burocrática Ocidental:

Norma Portuguesa ISO 10013/1999 - Doc. Instituto Português da Qualidade

2) Referência Normativa

"A norma que a seguir se indica contém disposições que, quando referenciadas no texto, constituem disposições desta norma."

Autor: Anónimo do Séc. XX








Aos difamadores

Fui ontem acusado de preguiça. Caluniaram-me sem justiça. Pois eu respondo com obra feita. O novo ringue da palavra já abriu e aguarda a vossa presença

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Seja benvindo.

Muito me agrada a sua presença aqui por estes lados. Quero desde já agradecer as gentis palavras que me dirige.

E é pela estima que lhe tenho que não posso deixar de o avisar que começar por acenar com um aumento de 7% como miserável não é a forma mais inteligente de grangear admirações neste antro. Por muito menos, camaradas como o Comboio Azul têm a pairar sobre a cabeça suspeições graves, insistindo que nada tem a esclarecer.

Como lhe tenho grande apreço, e como ainda agora chegou, vou dar-lhe um período de carência e não será de mim que ouvirá injúrias, para já. Ao invés dirijo-lhe sentido abraço de boas vindas.
Eis que de entre a bruma, O Bem Aparecido renasce para restabelecer a concórdia entre os bloguistas anarco-sindicalistas.

Desde já, e para dissipar quaisquer dúvidas que já por aí circulassem sobre a camisola que visto no contexto desta luta de classes que travamos, esclareço que a minha tão esperada entrada neste ciber-antro de conjurados apenas tardou, por minha inépcia tecnológica também, mas sobretudo pela pesadíssima opressão laboral a que estou sujeito. Por isso, camaradas, o meu silêncio só prova que sou um de vós. Um sem VOZ,... até agora, tal era o alienamento induzido pela elite patronal.
Desde já, os meus agradecimentos ao companheiro Le Fante que, incansável, me resgatou, não sem grande dispêndio de tempo e energias, do marasmo da maioria proletária,silenciosa e cabisbaixa. Bem-haja!

Em breve lhes darei conta dos anedóticos aborrecimentos que um aumento de 7% tem dado ao meu patrão. Patrão, mesmo quando pensa que faz o bem, só faz é merda... E fá-lo bem!
Competição Laboral

Interrompo o debate azedo das últimas semanas para voltar ao assunto de sempre: A vida infernal a que o patrão nos condenou desde o momento em que pusémos o pé no seu estabelecimento.
Pois nessa ignóbil batalha pela jorna, há sempre quem nos queira passar a perna. No meu ofício, sou frequentemente obrigado a trabalhar em equipa. Não é o esforço colectivo que me assusta, mas antes o parceiro/a que me calha em rifa.
Pois nos últimos tempos vi-me obrigado a trabalhar com a peça mais rançosa da tasca, uma criatura que não suporto, a personagem que me faz ter vontade de ser patrão só para a poder despedir sem justa causa nem indeminização, nem subsídio de desemprego.
No trabalho sou um hipócrita assumido. Não vejo vantagem em ter a honestidade de dizer a um colega que o considero um monte merda porque, mais cedo ou mais tarde, sei que vou ter de trabalhar com a criatura. Esta tese tem um senão. É que a pessoa em causa pensa que eu lhe acho piada. Está mesmo convencida de que a última coisa que me apetecia era vê-la a nadar numa piscina de merda.
A criatura fez do trabalho uma competição. Quer mostrar que telefonou para mais sítios, que falou com mais pessoas, que obteve mais informações, enfim, que se tornou o Joaquim Agostinho quando eu não passo de um Acácio da Silva. Agora parecemos uma equipa de fórmula um. O carro devia ser igual mas ele fica nas boxes depois dos treinos a afinar a máquina à socapa. É melhor verficar os meus travões logo pela manhã....

quinta-feira, janeiro 29, 2004

A vítima

Serei talvez o unico a não conhecer este blog. Mas há muito que se impunha um link, sobretudo aqui.
Silencio?

O silencio e de ouro”

“Nao uses um canhao para matar um mosquito”

O camarada Le Fante, que muito prezo e que aproveito para respeitosamente cumprimentar, inquire alguns de nos sobre a sua opiniao em relacao a divergencias comportamentais que vieram a lume recentemente.
Facamos desde ja um ponto previo. E obvio que aqueles que entre nos ganham o labor atraves da descricao da desgraca alheia, descricao essa ainda por cima requentada por ser semanal e embrulhada nas mais requintadas perolas de mau gosto que o pais tem oportunidade de assistir, nao terao a completa percepcao do caminho a seguir sem a ajuda dos companheiros mais habituados a fazer pela vida por eles proprios.
Contudo, a verdade e que mesmo essa contribuicao mais enviesada na forma, nao deixa de ser um passo na luta que se impoe e se exige. Essa luta tem que ser travada para que o patrao perceba que estamos atentos, que estamos acordados!
Sejamos claros! Ambos os amigos, se imbuidos do espirito de destruicao do patrao, terao a sua razao. Menos razao tem o camarada comboio azul quando inclui a figura de presidente da junta, esse compagnon de route de todo o proletario oprimido, no rol dos patroes. Mas sao estes pequenos erros que tornam a nossa luta mais genuina e demonstram a nossa inocencia e a justica daquilo que defendemos.
Amigos: Lutemos! Aperfeicoemos a nossa dialectica! Cantemos e rimos nas horas vagas! Mostremos ao patrao que nao dormimos!

“O mundo está cheio de pessoas com vontade; algumas com vontade de trabalhar e as outras com vontade de as deixar trabalhar”
Patronofilia

Enquanto nos entretínhamos em amena cavaqueira, os media conjugavam-se com o patronato em mais uma trama para nos iludir. Desta feita, a má-nova chega-nos desse pasquim chamado Boletim Internet de Shotokai em Portugal que, armados em paladinos da exploração, cedo pretendem aldrabar as criancinhas com virtudes do patronato. Carlos Mendes é um 2º Kyu (como podemos verificar aqui, significa ser proprietário de 2 câmaras fotográficas manhosas) e é o autor deste texto, que começa o seu crime logo no primeiro parágrafo, assim: "sempre que vários indivíduos se reúnem em grupo para a execução duma dada tarefa, resulta entre eles um contrato mútuo no sentido de recíproca vizinhança e simpatia". Claramente, conceitos como formalização contratual e contratos colectivos de trabalho ficam logo arredados na mente incauta.

Mas ele prossegue no seu discurso intrujão e etéreo, ao afirmar de seguida que um patrão é " individuo a quem se confia a coordenação das actividades desenvolvidas pelos outros membros". Ora aqui acaba a contra-informação e se inicia o crime - deveremos nós confiar no patrão algo? “Recíproca simpatia” ainda é naquela - todos bebemos café e podemos aceitar que o patrão nos empreste massa, tomando isso como adiantamento pelo pagamento de horas extraordinárias futuras. Nesse sentido, haveria uma mútua simpatia. Agora... Confiança? Mais, coordenação?!?! Para além dos membros e algumas sílabas, que mais coordena esse mito atávico?

Não contente, este Carlos Mendes, armado em jurista de meia tanga, afirma às impressionáveis mentes em que o país deposita as maiores esperanças, que o patrão é coisa necessária e que “por meios de acções recíprocas bem sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia humana que delas deriva, encaminhada em benefício das soluções preconizadas.” Ora, meu caro, deixe-me dizer que nas minhas diferenças ninguém toca! E a menos que pretenda figurar num qualquer noticiário da noite na TVI, aconselho-o a manter essas patolas e o seu Kyu afastados dos petizes que supostamente educa. E de que soluções preconizadas fala? Das soluções finais ou dissolventes? Do seu Kyu como exemplo da amplitude de opções?

O malandro do Carlos só se explica ao definir os “parâmetros de patrão: o exemplo, a persuasão e a compulsão.” Da persuasão e da compulsão, temos nós noção. Quanto ao exemplo, é mau. Ficam, portanto, relativamente explicadas as impressionantes cenas anteriores com esta catárese. Mas será essa a melhor mensagem a transmitir às crianças? Não seria muito melhor tratar o “Cândido“ de Voltaire, para que cresçam com um discurso coerente e uma racionalidade maior? Pense, Carlos. Por baixo dessa mioleira rachada pela força de numerosos Kyus, pense no futuro deste país e na sua possível contribuição.

Mas a grande questão surge no final desta recensão proscrita: “Por "patrão" deve entender-se: Mestre; Instrutor; Chefe; Comando; Formador; Assistente; O aluno mais graduado do Dojo, enfim, todos os Josés, Paulos e Jorges da nossa terra.”. Atentem no quarto qualificativo. Comando. À partida, o exemplo de poder, para as crianças que são levadas para a prática dum desporto saudável, é a imagem de um Schwarzenegger pré-Governador e pré-banho, armado até aos dentes e pronto a aviar tudo e todos. Quem tem Kyu, não tem medo. Sr. Carlos, uma metralhadora de repetição pode descredibilizar uma manifestação, sr. Carlos, pode. Granadas também, sr. Carlos. Aqui o seu discurso começa a evoluir do suporte ao patrão ao extremo oposto da pura paranoia sindical – calma, senhor. Há causas e justas.

E por falar em causas, pergunta o avisado operário – mas afinal, que merda quer este gajo dizer com a última frase? Pois é, meu caro, nem você nem ninguém saberá o críptico significado de “Josés, Paulos e Jorges desta terra”. Possivelmente não lhe ocorreu mais nada. “Sardinhada à Espanhola com Sumol” seria possivelmente, neste contexto, bem pior. Mas aposto que JPJ terá significados avulsos em assembleias maçónicas e rituais quejandos. Ou talvez represente uma Mocidade Portuguesa - renovada numa Juventude da Policia Judiciária – quem sabe... Ou talvez, atingindo a verdade nessa última frase, num lampejo, tenha Carlos sentido a necessidade de afirmar que todos podemos ser nossos próprios patrões e definir os nossos próprios destinos.. O que seria, a bem dizer e que bem que o digo, uma soberba imagem para todos nós. Vou reflectir sobre isto.


quarta-feira, janeiro 28, 2004

O BERRO DESCOMPROMETIDO

Eu, que não tenho tido um "silêncio comprometido", sinto-me impelido para, uma vez mais, alertar V.Exas. para o facto de que enquanto se entretêem a desferir golpes baixos e ataques pessoais, perdem os sindicalistas, perdem as massas e, sobretudo, ganha o patronato. Ora esta situação é gravíssima: enquanto as vossas iluminadas mentes estão alerta para com supostas falhas na ortodoxia, não só a classe trabalhadora é iludida acerca do verdadeiro alvo a combater, como ainda tenderá a afastar-se, quando finalmente perceber que essa não é a sua luta. E lá vai o patrão cantando e rindo, como os rapazinhos em uniforme que não eram escuteiros.

Devo dizer que estou muito desapontado com os ilustres camaradas, que me parecem revelar algum aburguesamento que eu desconhecia até esta altura. Faz-me tremer pensar o que fariam se, por absurdo, decidissem aceitar um qualquer cargo de subchefe de repartição ou até - ignomínia - de presidente de junta.

E porque não sou menos pretensioso do que os outros camaradas, também eu termino com um par de citações, quiçá menos eruditas, mas não menos interessantes: "Casa onde não há pão, todos discutem e ninguém tem razão" e "Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades".
Serenidade?

A guerra, assim como é madrasta dos cobardes, é mãe dos corajosos
Cervantes, Miguel

Bardamerda mais a serenidade
Proletário

Vence na vida quem diz sim
Buarque, Chico

Que estejamos a aumentar o nosso share à pala do gosto por sangue dos nossos visitantes ainda aceito. O que é inadmíssivel é que os nossos próprios camaradas de blog assistam impávidos e de sorriso nos lábios ao debate que aqui se produz de há uns dias a esta parte. Podem soar bem os apelos que amiúde V.Exas vão produzindo neste espaço, mas não me queiram convencer que não têm opinião formada. O silêncio comprometido do camarada Zbroing e os apelos à calma e à amizade dos camaradas Gil Eanes e Comboio Azul tornam-se ensurdecedores.

Acaso pensam que a amizade que me une ao Proletário sairá beliscada deste ditame? Pelo contrário, o Proletário, nas suas incoerentes posições tem sido frontal. Sei com o que conto. O Científico, numa fase em que a discussão ainda estava só a dois, tomou uma posição muito clara e corajosa, correndo ainda o risco de poder estar a representar uma minoria.

Os camaradas façam o favor de quebrar esse silêncio, não vão mentes mais vis julgar que V.Exas. assistem de bancada a este debate na esperança de colher algum fruto mais tarde. Na certeza de que terão uma opinião, solicito-vos que a expressem em sede própria. Neste ponto, e apenas neste, estou em absoluto acordo com o Proletário!
Elevação

É com esta elevação que tem caracterizado os últimos dias que chegámos às 1000 visitas, mas não só. Só depois do início do debate conseguimos 8 comentários a um post, 4 pessoas em simultâneo no site e 7 posts num só dia! Grandiosidade a toda a escala! O povo aprecia uma boa cabidela. E ainda surgimos em primeiro num sem número de buscas. Deixo a lamechice e podemos então, voltar à paulada às espinhas dorsais uns aos outros (aos que a tiverem, claro).

terça-feira, janeiro 27, 2004

O gajo das contas regressa ao palco

Reflecti bastante com os meus botões (contei-os repetidas vezes) se deveria continuar esta discussão, e em que moldes. Achei por bem voltar com a serenidade que me caracteriza e que tanto tem faltado ao meu grande amigo proletário.

Depois do seu violento post "vileza" em que o camarada desce à mais rasteirinha calúnia, optei por não seguir o seu caminho e esquematizar um pouco a discussão. Não quero deixar, no entanto, passar os elogios que me tem tecido na sua recente troca de "argumentos" com o mui nobre camarada Científico. Serão estranhos para os atónitos leitores que não conhecem V.Exa., mas não o são para mim, homem de contas, sério, de uma cara só e lavada. O meu querido amigo, homem da retórica e hábil artesão da palavra pode dar-se ao luxo de ter uma opinião hoje e outra amanhã. Enfim, felicidades da sua profissão.

Vejamos os factos:

- Num dado momento, pela análise das buscas que fizeram estimados assalariados encontrar esta casa de repouso, constatei que uma maioria significativa procurava auxílio para questões laborais que os atormentavam, todas elas de índole jurídica (ainda hoje me deparei com a seguinte entrada: "deve o empregado cumprir o aviso previo dado pelo patrao?");

- Perante este facto (palavra que, espero, lhe seja cara) atirei sem nenhum tipo de vil e secundária intenção mercantilista, a proposta de criar uma estrutura de suporte activa e inovadora, que nem sequer teria que ser nos moldes que defini. Se não fosse a profunda admiração que tenho por todos os meus camaradas que escrevem neste blog (onde o incluo evidentemente a si, camarada proletário), colégio este que constitui na minha opinião uma raro caso de sucesso de multidisciplinaridade, não teria sequer proposto tão elevado desafio;

- Que faz o meu amigo? Diz que sou reaccionário, acusa-me de ingénuo, que pretendo criar capital a partir da desgraça alheia e de (barbárie!!) ter aspirações a patrão dissimulado. Às minhas propostas o camarada diz "Não!", sem nenhum tipo de discussão e sem apresentar as razões do seu desacordo. Imediatamente propõe uma série de iniciativas bastante interessantes, de cariz cultural e desportivo, e que apesar de válidas e até necessárias não valhem uma palha àqueles assalariados que nos procuraram. (A minha opinião acerca de sentar em jogos de azar patrão e proletário, na ilusão de estar a aproveitar-se do capitalista, mantém-se e é negativa).

- O seu post apanhou-me de surpresa, confesso, e reagi como melhor soube. E ainda que me possa ter excedido num ou noutro ponto, argumentei sempre! Coisa que o meu amigo se absteve de fazer demasiado cedo.

Ao contrário de si, convido-o a entrar de soslaio no meu ofício e fazer um balanço da sua conduta e dos argumentos que apresento e que me diga: Onde não tenho razão? Onde é que o camarada proletário apresenta reais soluções para as maleitas do assalariado comum?

domingo, janeiro 25, 2004

Já cá tardava

O tipo diz que mora na Colina do Sol, mas já é notório o défice de luz que aquele cérebro recebe. Escondido na cobarde trincheira da retaguarda, esperou que outro avançasse antes dele para abandonar a toca imunda e disparar em público a sua carabina empenada. Os argumentos são os do costume:não tenho horário, não faça nada, troco favores por viagens, engano o povo. Já cansa a cantilena desafinada, ainda para mais vindo de um gajo que não é capaz de explicar o que faz em menos de 15 minutos. Se calhar o aprendiz dos tubos de ensaio acha que as notícias só aparecem entre as 9 e as 5. Já que tem veia de inspector, sugiro-lhe que ligue para os recursos humanos da minha empresa e pergunte quantas horas trabalho por semana. Se calhar, ficará surpreendido. E gostaria que me demonstrasse como e quando fiz algum favor a quem me pagou uma viagem profissional. E, já agora, ele que me aponte uma situação em que tenha induzido os leitores em erro (tirando aqula vez que falei de um negócio obscuro ali para os lados do Campo Grande...) Se perdesse mais tempo a ler o que escrevo e menos a falar de cor, tavez acertasse mais.
O desgraçado atira-se aos funcionários públicos, os tais que vão no segundo ano sem aumentos, para apimentar a sua falta de ideias- assim se vê como ele estima os assalariados. O ignóbil despreza as histórias dos outros, porque só ele tem cultura e conhecimento literário para falar dos clássicos. O rapazinho até fala em demarche criativa, ostentando o fino recorte da sua prosa. E ainda acaba em pose altiva, marcando a diferença ao dizer que tem gosto em ler quem, obviamente, deconsidera.
Mas teve alguma ideia? Sugeriu um caminho? Fez jus à ciência da alcunha?
O Le Fante discute ideias. O cínico de Benfica colecciona os defeitos que vê nos outros para os usar como arma de eficácia duvidosa. Ainda assim, ainda vou tendo esperança que ele saia da fase pueril em que se encontre.
SINDICALISTAS DE TODO O BLOG, UNI-VOS

Camaradas, afastado que estive das lides laborais por quatro míseros dias (sim, também este escriba rouba tempo ao seu patrão para contribuir para o enriquecimento cultural e filosófico da classe trabalhadora), e eis que rebenta uma polémica entre dois dos mais ilustres dirigentes sindicais. Os camaradas Le Fante e Proletário - com a contribuição dos não menos ilustres Gil Eanes e Puto Científico - digladiaram-se violentamente em praça pública, com torpes acusações de parte a parte, caindo infantilmente no ardil do patronato, conforme eu próprio havia alertado alguns posts abaixo.

Não me colocarei, portanto, em qualquer dos lados da barricada, pois é esse o vicioso objectivo dos patrões que semeiam o monstro verde da discórdia, sinal claríssimo do efeito que este espaço começa a ter no seio da classe trabalhadora.

Ao invés, apelo à união, à convergência, ao reconciliamento, enfim, dos nossos camaradas momentaneamente desavindos.

No fundo, "the people and night watchman", como se pode ler neste blog curiosamente similar ao nosso, só que naquela língua, o estrangeiro.

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Que não morra a discussão.

Se antes dúvidas havia, o último post do camarada proletário esclareceu-as - a invocação, através de citações duvidosas, de figuras intelectuais que desconhece é a característica mais intrínseca ao patrão que, sem dar respostas às perguntas bem colocadas, atira areia para os olhos de quem o leu. E quem o leu e quem o lê! A referir a vileza da dúvida sistemática no camarada Le Fante, que parte do experimentalismo iluminista que o seu tão amado Voltaire prega, enquanto é vê-lo a promover acções de marketing como medidas concretas de regulação social.

Incoerência e desajustes hormonais poderão explicar a sua súbita urgência em agredir trabalhadores honestos como o nosso paquidérmico mas endémico camarada. Mas o que dizer de si, um profissional com horário de patrão e que faz viagens a troca de favores profissionais? Um patrão, quando não o é formalmente, vê-se. Cheira-se. E o camarada hoje ainda não tomou o seu banho sindical.

A sua teoria, essa sim, é uma grande banhada. Como todos os funcionários públicos que, fazendo greve hoje, desconhecem o seu porquê, o caro Proletário faz propostas pretensamente jocosas, mas sem concretizar, adoptando uma postura arrogante e de soberba quando solicitado a esclarecer os pontos de ordem levantados pelos restantes camaradas. O meu caro proletário labuta para ser o João Pereira Coutinho das massas, quando na realidade se queda pela imagética duma Rita Ferro debruada a rosa choque, que visa apenas mostrar, em exercícios demasiado prolongados de estilo e estética, o quão longe vai a sua demarche criativa.

Não mais me estenderei, dado o horário laboral ter terminado mas o labor ainda não. Certo de que, com o camarada Proletário, isto não se passa, cá aguardarei a sua resposta na segunda-feira, quando picar o ponto de entrada no seu posto de emprego.

Certo igualmente de que, da mesma forma que mandou o camarada Le Fante cuidar das suas contas, me mandará para a minha cadeira de projecto-a-patrão, aqui lhe comunico que, ao seu invés, tenho todo o gosto em o ler. Um prazer similar que terá, decerto, ao ler Voltaire.
Amigos

Como dizia o outro, o povo e sereno. E quero-vos dar os parabens por ocuparem o vosso periodo laboral com tao construtivos escritos. Assim matam dois coelhos de uma cajadada so: Nao trabalham, evitando por isso o enriquecimento do patrao, ao priva-lo da obtencao das mais-valias que o vosso trabalho poderia gerar; E contribuem para a grande vitoria sobre o patrao opressor, que um dia sera nossa!!!
Avante! Unidos venceremos!
(A leitura deste post devera ser terminada com o entoar de musica revolucionaria a escolha)
Vileza

Reza a história que um dia Voltaire, de visita ao seu alfaite, foi supreendido por um pedido invulgar. O mestre da linha e agulha era também um aspirante à glória das letras e remeteu ao ilustre enciclopedista uns quantos versos da sua autoria. Pediu a Voltaire que desse a sua douta opinião. O mestre francês levou os manuscritos para casa e não se falou mais no assunto. Algumas semanas depois, Voltaire voltou ao referido alfaite. O poeta amador, estranhando o silêncio acerca dos versos, perguntou a Voltaire o que tinha achado deles. O iluminista não conseguiu disfarçar o incómodo e disparou-lhe friamente: “Faça fatos, só fatos e nada mais que fatos”.
Não querendo eu comparar-me ao génio do pensador francês, lamento ter de dizer ao estimado Le Fante, que o melhor é fazer contas, só contas e nada mais que contas. É que quando se põe a responder às minhas construtivas ideias só consegue mostrar o fel que o invade e lhe perturba o discernimento. Além da meia dúzia de insultos gratuitos que dirige à minha pessoa, não vejo uma ideia ou um argumento capaz de rebater as minhas propostas, mas apenas um incómodo vazio de conteúdo. V.Exa. parece aburguesada. O são convívo popular causa-lhe náusea. Para si, o divertimento representa nada mais que alienação. Curiosamente, não li na sua última mensagem uma única palavra que explique como vai pôr em prática os seus nobres propósitos de ajudar a classe assalariada.
O Le Fante transformou-se num colarino branco. É pena. Contra a sua vileza, serei sempre reaccionário
A verdade segundo o Proletário

É conhecido o meu apreço pelo meu grande amigo proletário, mas é um facto, que, por defeito de profissão, talvez, procura frequentemente a manipulação da opinião pública e não se poupa a usar este nosso veículo para o fazer, em moldes que, todos reconhecerão, são, no mínimo vergonhosos.

Ora a estratégia deste meu caro amigo, que tão frequentemento elogio aos mais diversos níveis, está à vista de todos. Aliado à classe patronal (o nosso amigo comum Comboio Azul poderá confirmar o empenho com que recentemente defendia uma primeira página do seu próprio patrão), pretende com o chamado "vasto programa cultural e desportivo", oferecer pequenas ginjas ao proletariado durante um fim-de-semana por ano, junto a um qualquer monumento aos soldados do ultramar.

Muito se deve rir o meu amigo, juntamente com o seu patrão, ao imaginarem em conjunto os jogos de lerpa quinados, tentando equiparar as pequenas vitórias pagas em massas de letras durante as poucas horas do torneio, às 52 semanas de sucessivos supositórios. Ao invés disso, deveria humildemente unir-se aos seus camaradas desta casa para acções concertadas em real benefício dos que diz defender.

E por favor, evite levar vergonhosamente para o seu lado o camarada expatriado, dado que a proposta ambiciosa deste estimado amigo passa pela internacionalização da luta. Em nenhuma altura apoia as suas ideias "consensuais" como lhe chama. Não se ponha, por favor, a magicar já em lerpas internacionais ou grandes torneios à escala mundial. Faça o favor de não banalizar esta nobre causa.

Por ultimo, diga-me o meu estimado amigo, como pretende financiar estes eventos? Com preços astronómicos à entrada? Com patrocínios do patrão? Olhe, proponha um imposto mensal de taxa fixa! Ou proponha que este blog seja pago! Penso que deve reconsiderar a alcunha que utiliza neste palco. Ou adapta o seu discurso reaccionário ou altera o nome que utiliza.

Certo que concorda comigo, e que damos enfim por terminado este pequeno debate, envio-lhe o habitual abraço, que o proletário sabe ser carregado de sincera e comprometida amizade.
O Altruísta

Não querendo transformar este abrigo de esforçados trabalhadores num antro de intermináveis discussões, não posso deixar de responder ao meu estimado amigo Le Fante. Diz agora o nosso comprido camarada que recusa o lucro, que quer dar conselho gratuito a quem nos procura, que apenas quer ajudar o próximo. O rapaz é bem intencionado, mas julgo que anda com o juízo toldado. O excesso de contas e de inspecções a que está sujeito o nosso amigo contabilista, está a produzir efeitos nefastos no seu intelecto. Anda talvez há demasiado tempo a estudar o deve e haver de jardineiros sebastiânicos. Fizesse ele o balancete justo das minhas propostas e não teria eu de vir aqui defender um projecto que julgava consensual.
Quando propus a realização de um vasto programa cultural e desportivo patrocinado pelo Meu Patrão não estava a querer adormecer o povo. Bem pelo contrário, o que pretendo é unir as massas usando a suave sedução do jogo e do riso. Afinal, não é o que fazem a CGTP e a UGT? O 1º de Maio na Alameda e em Belém não é uma mega sardinhada de reforço gastronómico e moral da classe proletária? Até o nosso expatriado reconhece o valor da actividade lúdico-desportiva, ele que sobreviveu a duas semanas de campo nas gélidas terras da Dinamarca.
Os “Pequenos Jogos de Feira” de que fala o Le Fante, são na realidade verdadeiros instrumentos de justiça laboral. Ou considera o insigne cavalheiro que o torneio de tiro à cabeça do patrão é uma iniciativa sem alcance social? O nosso amigo acha que jogar às cartas com o patrão é indigno. Pois eu, que todos os dias entrego ao patrão os meus ases e manilhas para dele receber singelos duques ao fim do mês, considero a lerpa laboral (se jogada nos parâmetros que defini ontem) um belo mecanismo de regulação salarial.
O Le Fante que se dedique a abrir consultórios gratuitos para o povo, que eu desde já prometo ser um dos clientes. Mas vou esperar sentado, que apesar da grandeza de tamanho e de alcunha, O Le Fante não é tão grande na hora de dar o corpo ao manifesto.
Sejamos claros!

O meu grande amigo Proletário não é mau tipo. Rapaz novo, trabalha há algum tempo num pasquim com agrafes, de alguma visibilidade, voluntarioso, atento. Tende por vezes a confundir conceitos importantes, pelo que estou pronto a trazê-lo à razão e sem pedir nada por isso.

Acusa-me o proletário de querer usar este grandioso veículo clandestino para me promover e de ter aspirações a patrão. Veja-se o quanto está manipulada a questão: Quando eu falo em "braço armado" ou "frente de luta" na defesa dos mais desprotegidos assalariados, o proletário opta por classificar os camaradas que se dirigem a esta casa como as "escassas ovelhas [que] querem ser guiadas pelo nosso cajado". Seria altura de um curto e suficiente "I rest my case".

Mas não. O proletário vai mais longe, e contra a minha proposta de apoio ao proletariado (que evidentemente assumiria a forma gratuita e na qual apenas o meu grande amigo vê margem para lucros), contra a minha proposta de uma frente activa de intervenção, que propõe o proletário? Jogos... Diversões... Propõe-se a adormecer o povo com pequenos jogos de feira, desviando-o da verdadeira questão. Chega a propôr que nos sentemos à mesma mesa que o patrão para jogar às cartas!!

Como sei que o camarada em breve voltará à razão não avanço mais.
Internacionalizacao
Concordo! Abaixo o imobilismo! Viva a evolucao!
E digo mais! Mais! Mais! Mais! Proponho desde ja que internacionalizemos a nossa demanda!
Viva a criacao de www.myboss.blogspot.com! E viva as versoes em russo, mandarim, espanhol e frances!
Corramos ao Ministerio da Administracao Interna para pedir a lista dos 6500 imigrantes que entram este anos para que possamos convida-los a aderir a nossa causa!
Portugal e pequeno para a grandeza da nossa causa! Ha milhoes de patroes a espera d' O Meu Patrao!
Buga la!

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Consultório Patrão? Abaixo a Reacção!

O nosso amigo Le Fante, certamente movido pelas mais pias intenções, sugere que transformemos este nobre órgão central da luta clandestina num consultório público e notório de apoio à vítima laboral. Não deixando de concordar com o eventual sucesso da iniciativa, julgo que essa atalho desvirtuaria a génese proletária do nosso movimento. O Le Fante parece à beira de sucumbir à tentação de mandar, cobrar, aconselhar, orientar, enfim, ser patrão. Teremos de o re-educar brevemente.
Mas, apesar da miopia que a expectatvia do lucro criou naquela alma, o Le Fante tem razão num ponto: Temos poucos leitores, escassas ovelhas querem ser guiadas pelo nosso cajado, raros espoliados procuram a nossa palavra de conforto. Tenho algumas sugestões para promover O Meu Patrão, que passam pela realização das seguintes actividades :
1 - Torneio de “Tiro no Meu Patrão”
2 - Concurso Quem Quer ser Torcionário (ganha quem responder acertadamente às perguntas sobre métodos de tortura)
3 - Demolição da Quinta da Marinha à marretada, com ferramentas fornecidas Por O Meu Patrão
4 - Imposição da meia-hora de compras à borla nos hipermercados portugueses, a implantar 2 vezes por cada período de 60 minutos, com o patrocínio d’ O Meu Patrão
5 - Campeonato de lerpa em que só os patrões perdem
6- Composição e gravação do hino “O Meu Patrão”, a ser distribuído em todas as escolas, residências, postos de trabalho, lojas, edifícios públicos, passadeiras, escadas rolantes, retretes e outros sítios onde haja pessoas em Portugal
Fico desde já à vossa disposição para estudarmos em conjunto estas e outras medidas que irão mudar a realidade laboral portuguesa...

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Nova Frente

Sugestionado pelos putos andei a ver que entradas em motores de busca nos têm feito sair do limbo das nossas 850 visitas (830 das quais, provavelmente são nossas).
Entre curiosidades de todo o tipo, houve alguns hoje que se destacaram:

- carta com pedido de aumento ao patrão;
- modelos de carta de demissão;
- modelos de intimação (assédio);
- carta de despedimento;

Foram todos de seguida, e temo bem, pelo proletário em questão, que sejam todos da mesma pessoa, o que significa que é alguém em muito maus lençóis (ou então com forte sintomatologia paranóide).

Será altura de abrir um braço armado e apoiar estas almas que vagueiam em motores de busca em busca de auxílio? Será que devemos abrir um elucidário? Um consultório? Uma venda de supositórios?

Quer processar o seu patrão? Quer informações sobre o funcionamento da baixa psiquiátrica? Quer fazer vida de despedimentos com indeminizações chorudas?

Não hesite em contactar-nos!! Temos a resposta para si!

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Patrão Reconhecido

Fiz uma pesquisa no google com o termo Direcção. O primeiro site de um clube a aparecer é o do FC Porto. cerca de 50 resultados depois aparece o Clube de Patinagem de Serpa. Mais ou menos 110 depois, surge o Sporting CP. Não consegui encontrar o SL Benfica.

Sintomático?...

terça-feira, janeiro 13, 2004

Democratia

Muito haveria para dizer, e por gente mais habilitada, dos males da democracia. Só me vou alongar, e pouco, pelo processo eleitoral em si, que é a altura em que o mais degradante em cada um dos candidatos, vem ao de cima. Quando só há uma lista (sim, já sabem de quem falo) o processo ainda fica mais rastejante. Porque começam as pequenas conspirações para a formação da lista, que depois irá "concorrer" a eleições. Do ponto de vista estratégico, académico, até é um processo mais apaixonante, porque há sempre umas figuras a abater (e que são abatidas), uns punhais debruados a esmeraldas pelas costas abaixo, vários tipos de conversas, de corredor, de café, de messenger, lágrimas e ameaças, dores de cabeça, dúvidas, enfim...
Se o país pára lá para os fins de Dezembro porque se mete o Natal, esta casa pára porque se metem as eleições, aí por uns 3 meses.
Para quem como eu se preocupa com coisas comezinhas como uma qualquer auditoria da inspecção geral, e portanto está um pouco mais afastado do teatro de guerra, estas coisas poderiam passar ao lado. Mas para que tal nunca suceda, de eleição para eleição, a organização vai incluindo novos atractivos para que a magia não se perca (Em breve poderei fazer um histórico dos 4 processos eleitorais desde a criação da casa). Este triénio o atractivo é a participação de colegas, no processo "eleitoral", que pretendem uma lista feita por elas (sim, são só gajas), com elas e - não me fodam - para elas. E isto numa altura em que o anterior patrão (os tais 5) até já se preparava para cooptar a nova direcção com duas delas. Parece que não foi aliciante o suficiente.... ("Foda-se então se podemos ser cinco, vamos ser só duas?!... e com mais três bestas de fora??! Quem sabe do que esta associação precisa somos nós ou não somos nós??").
Meus caros: Se nos próximos 6 (seis) meses, nenhuma destas figuras tiver um aumento significativo de ordenado, pago-vos a todos umas amêijoas no chico!! Palavra que pago.

sábado, janeiro 10, 2004

A DÚVIDA MÁGICA DO QUESTIONADOR MALDITO

Subitamente, sou assaltado por uma dúvida. Enquanto lhe entrego a minha carteira, aproveito para lhe perguntar: “Será que os patrões, tal como a pescada, antes de o ser já o são, ou evoluirão através de outras espécies?”.
Ora eu inclino-me mais para a segunda hipótese devido a dois factores: o primeiro é que, tal como é do conhecimento geral, o patrão caracteriza-se por ser aquele que menos trabalho tem, visto que uma das suas prerrogativas é a de poder, e dever, delegar trabalho nos seus subalternos (abro aqui um parêntesis para demostrar esta tese através de um caso paradigmático: o patrão do mundo, aquele indivíduo oriundo do Texas cujo nome não será pronunciado, não se vá dar o caso de o Echelon andar aí à escuta, é o líder que mais delega trabalho, chegando mesmo ao ponto de não fazer puta ideia do que o seu gabinete anda a fazer, de tão entretido com a sua Playstation 2).
O segundo factor que me faz desconfiar que os patrões evoluem de outra espécie, mais conhecida por “colegas”, é o facto de muitos destes espécimes – oriundos de outros sectores, note-se, que eu também tenho algum espírito corporativo – estarem permanentemente em reboliço para tentarem saber quando é que a grelha de programação semanal lhes concede alguma folga. Esta ânsia de trabalhar o mínimo possível faz-me pensar que há um pequeno patrão em potência dentro de cada um deles, à espera de ser incubado. São, portanto, uma espécie perigosíssima, e devem ser tratados com todo o distanciamento e cautela necessários.
Tende, portanto, muito cuidado: o inimigo que está do outro lado da barricada não é menos perigoso do que aquele que germina entre nós, sorrateiramente aguardando o momento para eclodir.
Ainda por cima, tendo em conta que este pensamento está na génese da ortodoxia do tipo “Garcia Pereira”, que acaba por se focar tanto neste lado da luta que se transforma numa purga, tudo isto nos deixa numa situação deveras delicada. Como continuar pelo caminho do meio, à boa maneira Zen?
Continuo confuso. Preciso de arranjar respostas, ou melhor ainda, novas perguntas. Ou então de mudar de emprego.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

A hora da má língua

Estava distraído. Só assim concebo que o patrão original, o que criou todo este sistema opressor que nos rouba as horas de luz, tenha permito aos seus assalariados a graça da hora de almoço.
Todos sabemos por experiência própria que a hora do repasto não serve só para comer. O que interessa é mesmo a sobremesa, quando se pratica o banal desporto da maldicência. O tema é sempre o mesmo: como o patrão se aperfeiçoa todos os dias na arte de ser um filho da puta sem escrúpulos.
As queixas são sempres exageradas, e, à boa maneira da propaganda bolchevique, partem sempre de um facto mais ou menos verídico para depressa se transformerem numa enorme fábula catastrófica que penderá sobre as nossas cabeças até ao fim dos nossos dias. É curioso verificar que os lambe-cus são sempre os mais profícuos queixinhas. Sem querer entrar nos campos profundos da psicologia, parece-me que funciona um mecanismo de auto-compensação.
Quanto mais dobro a cerviz perante o chefe, mais o vou denegrir pelas costas, a ver se os meus colegas não reparam que sou um monte de merda sem espinha dorsal - É este o lema de tantos espertinhos que insistem em tentar deslocar-se na vertical usando a via horizontal como forma de locomoção.
E depois também há a unanimidade da hora da bica. Estão sempre todos de acordo no diagonóstico da pulhice patronal e nas formas de a combater, mas, abandonada a mesa do café, alguém se lembra de reinvindicar o que quer que seja perante as fuças do chefe?
É por estas e por outras meus amigos, que os patrões hão de continuar a ser patrões. A hora de almoço é afinal um mecanismo de libertação de ímpetos subversivos do trabalhador. Ele que bufe no café da esquina e que baixe a bolinha quando voltar ao serviço. Afinal, como sempre, o patrão original era mais esperto que nós trabalhadores...

sexta-feira, janeiro 02, 2004

A Tasca
A tasca hoje esta aberta. Deve ser a unica tasca aberta em terras holandesas num raio de 20 km. Vim sozinho no metro…
Para compensar, sexta-feira e o dia em que o patrao arranjou um carrinho que passa ao fim da tarde e distribui cerveja e amendoins pelos assalariados… E genero jardim zoologico…

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Vodu Patronal

Os gajos não falham! Ainda mal comecei as férias e já levei com uma gripe virótica nos cornos. Porra!...

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Onde foi parar o meu último post? Terá sido eliminado por interesses obscuros? E porque raio carreguei eu apenas no "post" e não no "post & publish"?

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