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Um bom pretexto para denunciar a infame campanha que o patronato move contra a classe trabalhadora (nós, apesar de um dos membros ser o seu próprio patrão), nem que seja necessário recorrer à mais baixa calúnia.

sexta-feira, abril 23, 2004

Latrina

Chamam-lhe cantina, mas a tasca da minha empresa devia antes ostentar o título desta missiva. Aqui também temos três pratos à escolha, mas é cada vez mais complicado escolher o menos mau. As tipas têm uma lista de 20 pratos que roda durante todo o mês, o que faz com que já ninguém aguente a merda que nos põem à frente. Faz-me lembrar a taberna da minha faculdade também ela um verdadeiro santuário do terrorismo gastronómico. Aqui neste antro de escravidão, os sacaninhas da administração ainda conseguiram inverter a lógica: em vez de sermos indemnizados pelo bife de sola que nos impingem, ainda têm a lata de cobrar 4,5 euros por refeição. Qualquer dia teremos de voltar ao velho sistema de trazer a marmita de casa...

quinta-feira, abril 22, 2004

A cantina

Uma das inúmeras ilegalidades que são cometidas no meu local de trabalho prende-se com o facto de eu (ou qualquer dos meus companheiros) não possuir hora de almoço; aliás, tenho de cumprir um turno de oito horas consecutivas, sendo que qualquer pausa que eu faça, seja para comer, beber ou ir à casa de banho, faço-a por minha conta e risco. E como deixei de ser estúpido há muito tempo, à hora de almoço (lá pela uma da tarde) vou mesmo buscar um tabuleiro com o almoço, que depois devoro no meu submarino. Não se como nada mal, há sempre três pratos diferentes, e sobretudo a cantina é em regime de self-service, o que me permite escolher o que vou comer e depositar quantidades inusitadas de comida no prato.

Porém, há um pormenor que me irrita solenemente: a inércia dos outros. Visto que a maior parte dos outros trabalhadores, ao contrário de mim, possuem efectivamente uma pausa para o almoço, parece que fazem questão em demorar o máximo de tempo possível a escolher o que vão comer, ignorando ostensivamente o tamanho da fila que têm atrás. E como, invariavelmente, quando chego tenho mais de vinte pessoas à minha frente, lá tenho de aguentar estoicamente o suplício de observar o comportamento indolente dos cabrões, enquanto os insulto mentalmente. Fico a vê-los a decidir vagarosamente de qual dos três pratos se irão servir, depois a escolher os melhores pedaços (e quando é dia de cozido à portuguesa a tarefa é ainda mais demorada), avançam mais um pouco, escolhem as saladas que pretendem, servem-se de mais um pouco, adormecem ligeiramente, olham para as sobremesas, depois servem-se dos molhos, chegam à caixa, ficam a pensar na bebida que querem, e parece-me que ainda fazem questão de pagar com as notas de maior valor, trazendo dificuldades no troco. E isto multiplicado por todas as pessoas que estão à minha frente, que aliás vão conversando animadamente, como se lhes fosse indiferente avançar ou não.

Lamentavelmente, terei que usar algum vernáculo para mostrar aquilo que eu penso deles: Vão-se foder, vão todos para o caralho mais velho, vão fazer broches a zebras! Se não têm nada para fazer, vão trabalhar, que é para isso que vos pagam! Se querem conversar, vão para um café! Ou então fiquem a falar pelos corredores, como aliás se vê tão frequentemente durante o dia (excepto quando há rumores que há gente a ser despedida; nestas alturas, o que é preciso é fingir que se trabalha).

E ainda falam daquelas operárias fabris que têm relógio de ponto nas casa de banho... elas ao menos podem ir.

sexta-feira, abril 02, 2004

A Estética é o isco do capitalismo!

Abaixo a Estética!

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