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Um bom pretexto para denunciar a infame campanha que o patronato move contra a classe trabalhadora (nós, apesar de um dos membros ser o seu próprio patrão), nem que seja necessário recorrer à mais baixa calúnia.

sábado, novembro 29, 2003

O Patrão do Blog

Temos um problema para resolver - Quando formos insultados e quisermos ripostar em bloco, como boa comissão de trabalhadores, quem sem assume como porta-voz?

Últimos.

quinta-feira, novembro 20, 2003

Fomos comidos outra vez...

Estava eu a disfrutar das raras horas vagas que o labor me permite, quando cometi o grave erro de abrir a minha caixa de e-mail. Um amigo (que depois da mensagem que a seguir reproduzo corre o sério risco de deixar de o ser) fez-me chegar as novidades da campanha que os nossos patrões têm em marcha contra a classe trabalhadora. Não contentes com a exploração desenfreada nas horas de serviço e a forretice aguda na hora de pagar, os patrões arrogam-se agora o direito de manipular o calendário a seu belo prazer.
Se não nos pomos a pau, os dias vão passar a ter 28 horas, com 18 de horário de trabalho para cumprir. Nem a astróloga/actriz/prima da abelha/vedeta do telelixo Maya foi tão longe na manipulação dos astros. Sugiro desde já uma excursão ao professor Mamadu, a ver se ele consegue corrigir este desacerto astral, que nos vai proporcionar um tenebroso ano de 2004.
Antes que caiam fulminados pelo meu excesso de rodeios, aqui vai o conteúdo da mensagem diabólica que me deixou deprimido até 2005. Quem estiver interressado em participar no M.E.R.D.A. - (Movimento Extraordinário de Recuperação dos Dias de Acídia), é favor deixar o contacto.

Mensagem do mafarrico:
Então aqui vão as boas notícias:
O ano de 2004 é um ano bissexto - mais um diazinho de trabalho
o 25 de Abril calha a um domingo - mais um diazinho de trabalho
o 1 de Maio calha a um sábado - mais um diazinho de trabalho
o 13 de Junho calha a um domingo - que sorte para os lisboetas, mais um diazinho de trabalho
o 15 de Agosto calha a um domingo - mais um diazinho de trabalho
o Natal calha a um sábado - mais um diazinho de trabalho
o dia 1 de Janeiro de 2005 calha a um sábado -> mais um diazinho de trabalho
Pior: a quinta feira do corpo de Deus calha no dia 10 de Junho, ou seja, um feriado duplo
Ou seja, um ano excelente, com mais 8 dias para trabalhar do que é costume.
Hã, digam lá se não é uma excelente oportunidade para terminar aquelas tarefas pendentes?

segunda-feira, novembro 17, 2003

Grandes Dúvidas Laborais que Atormentam a minha Alma

Após duas tão merecidas como fugazes semanas de refúgio ao jugo laboral, voltei hoje ao trabalho. Este facto, por si só já merecedor do meu repúdio, foi acompanhado por mais um par de inovações, presentes e futuras, que se operaram durante a minha ausência; destas, a mais desagradável e simbólica é a que, a partir do próximo mês, o submarino onde sou forçado a servir os interesses dos meus patrões será mudado para o subsolo. Isto faz-me pensar que a minha carreira não está a evoluir na direcção que eu pretendia.

Além desse, outro pensamento percorre o que resta do meu cérebro: será que os patrões têem a seu cargo figuras esverdeadas e tenebrosas bem ao jeito desta, verdadeiros facínoras cujo objectivo consiste em investigar com o maior rigor aquilo que ainda funciona bem na empresa, propondo depois métodos eficazes para o eliminar?

Às tantas, é por causa desta minha maneira de pensar que eu não sou patrão. Mas asseguro-vos que esse dia já não tarda: vou começar a reenviar os milhares de chain-letters que poluem diariamente o meu inbox. As coisas vão dar uma grande volta, ai se vão. E depois vou telefonar a toda a gente com o topo de gama com WAP (seja o que isso for) que me vão enviar daqui a uns dias.
Padrão de Patrão

Encontrar Patrões sem padrões é impossível, e por isso ficamos com a noção de que haverão padrões que percorrem todos os patrões, padrões que indentifiquem o patronato como um todo.

Contudo, o problema surge quando o padrão se transforma, ele próprio, no patrão. Haverá rótulos duradouros ou haverá? Fica a caixa de comentários aberta aos comentadores de fraque.

quarta-feira, novembro 12, 2003

Escravatura ou deformação moral?

Camaradas,

Não é que eu seja o próximo candidato ao nobel da sanidade e bom senso mas tenho mesmo de partilhar convosco a última cena muy teatral deste imenso monte de merda que manda por estes lados.
Desde que aqui entrei ao serviço, Março deste ano, apenas tirei quatro dias de folga. As razões foram de vária ordem, mas o principal motivo foi que decidi atrasar as minhas férias de forma a não prejudicar o trabalho existente. Em Setembro comecei a pensar em Outubro para o meu retiro. em Outubro passei para inicios de Novembro. Em inícios de Novembro passei para os finais do mês.
Entretanto no dia-a-dia da produção convites e propostas vão aparecendo e eu, estupidamente, vou adiando o descanso do guerreiro... A par e passo com o quotidiano que vai passando e o trabalho paralelo que vou tendo, fui remodelando a gestão das ditas férias e já me preparava para as interromper com o trabalho paralelo que desenvolvo de forma a não prejudicar ninguém. Qual freira beneditina, qual anjo que a todos ampara, esta pobre alma tudo sacrifica para mais ninguem lesar...
Com tudo isto em conta resolvo comunicar ao senhor feudal da minha alma que tenho o tal trabalho paralelo para os dias tais e tais e aproveito para tirar férias nessa altura. Haviam de ver. Ficou tão fulo que saiu porta fora bafejar com um bufalo. Segundo ele o funcionário a recibos verdes nao merece férias, tem um horario fixo de pelo menos 10 horas por dia e deve receber o suficiente para comer, nem mais um tostão. Assim sendo decidi que falto os dois dias para cumprir o meu trabalho paralelo e tiro a semana seguinte por inteiro. Se ele me despedir melhor para mim, mais vale a penúria que a escravatura! Viva a liberdade! Viva o 1º de Maio! Abaixo o fascismo empresarial!

canis adamo
Tecnologia para leitura de pensamentos

Quais são os sintomas do implante?



segunda-feira, novembro 10, 2003

Dobrar a Cerviz

Todo o proletário sabe que há-de chegar o dia em que tem de ir pedinchar ao patrão que este se digne a deixar caír mais algumas migalhas para compôr o orçamento familiar. Não raras vezes, o assalariado já não vê aumentos há anos e assiste com indisfarçável perturbação à contratação de novos trabalhadores que, sendo invariavelmente menos competentes, merecem salários superiores ao seu.
O escriba que assina estas linhas padece desta maleita laboral. A semana passda, lá fomos, eu e mais uma camarada injustiçada, indagar junto do nosso patrão da possibilidade de vermos os nosso ordenado equiparado à dos últimos cepos que entraram nesta floresta.
O meu patrão é uma raposa velha. Sabe desmontar uma argumentação como ninguém e usou o truque mais baixo : Deu-nos razão. Até pareceia um proletário, tal foi o tom do seu discurso. ?Injustiça?, ?Tratamento diferenciado?, ?É preciso corrigir?, disse-nos num acesso de esquerdismo, estrada que ele há muito abandonou.
O pior é que eu já conheço o meu patrão de ginjeira. Afinal, foi ele que há uns meses me chamou, perguntou quanto é que eu ganhava e a seguir disse ?Isso é miserável?. Fiquei à espera que ele sarasse essa profunda ferida laboral, mas, pelos vistos, vive bem com essas chagas. Agora diz que ?perguntar à administração?. Já estou a ver o diálogo:
- Bom dia!
- Como está. Não me diga que precisa de emprateleirar mais alguém?
- Não, não... É por causa de uns tristes que eu tenho às minhas ordens.
- Então, estão a dar problemas?
- Não, querem ser aumentados. São os que ganham pior e nunca tiveram aumento nenhum. E eles até são do mais trabalhadores...
- Ó homem, então deixe-os trabalhar. Já viu se tivéssemos de aumentar todos os gajos que realmente trabalham, onde é que este país ia parar?
- Realmente....
- Olhe, diga-lhes que a administração está a tratar do assunto. Vai ver que eles se calam por uns tempos. Depois dizemos que está a haver uma remodelação interna e que só em 2005 haverá actualizações. Não falha...
Aguardo serenamente que o meu patrão apareça com esta ladaínha. Só gostava que, entretanto, me saísse o totoloto para eu lhe dizer em que buraco mal iluminado pelo sol é que eu gostava que ele enfiasse o meu aumento... Mas, enfim, tal como os outros vou ter de dobrar a cerviz e engolir mais um sapo. Se calhar vou é começar a cumprir o horário à risca, que isto de um gajo ser estúpido é só para voluntários....

domingo, novembro 09, 2003

Luta de Galos

Galo Patrão (GP) - Você aqui?! Coisa boa não deve trazer...
Frango Sindical (FS) - Não posso dizer que lhe traga boas notícias. Tenho aqui uma intimação. Deve apresentar-se no tribunal do trabalho na próxima semana.
GP - Isso é novo!! Porque raio?...
FS - Recebemos várias queixas de assédio de algumas camaradas galinhas. Para dizer a verdade todas se queixaram.
GP - Assédio?! hum sexual?
FS - Pois...
GP - Isso é de doidos! Mas eu obriguei alguém a alguma coisa?
FS - A questão não é essa... Mas como sabe não pode utilizar a sua situação de patrão da capoeira para...
GP - Para quê, homem??!! Vocês são doidos. Mas se me vão acusar dessas anormidades, como querem que trabalhe? Não sabe bem como funciona uma capoeira?
FS - No sindicato todos sabemos bem como funciona, mas não é essa a questão. Há regras...
GP - Regras? Regras?! Explique-me então como fazemos com a produção? É por causa de pulhas como você, que se vê nos telejornais fábricas a fechar todos os dias. Mas isso é o que vocês querem não é?? Mandar as galinhas para casa com uma indeminização de loucos e não fazer nenhum durante uns dois anos. Assédio sexual às galinhas... por favor...
FS - Ameaças não lhe resolvem a questão. Até porque não temos só depoimentos de galinhas...
GP - Não.... também têm das ovelhas, não querem lá ver?
FS - Não. Além das galinhas existem acusações tambem de pitas, o que o coloca em muito maus lençóis. O senhor anda aqui em gelo muito fino...
GP - De pi... Mas... Mas você.. você está a ameaçar-me seu fedelho de merda?
FS - Não é ameaça. É simplesmente o procedimento normal. E um aviso: neste momento apenas tem que se haver com o tribunal do trabalho, mas olhe que já há fortes suspeitas sobre a sua cabeça em relação a outros campos...
GP - Ponha-se a andar daqui!! A partir de agora só me fala no tribunal, ouviu?? E prepare as malas que a sua carreira não dura muito.
FS - Como queira... vêmo-nos em tribunal, então...

sexta-feira, novembro 07, 2003

Preconceituorum I: "Xi, Puta Patrão"

Um patrão brasileiro merece a mesma descriminação que uma patroa brasileira (ou, para o efeito, um pastor alemão brasileiro): nunca chegarão a ser realmente patrões.

Tirando o Ediberto Lima e o Scolari, não há brasileiro algum que consiga impor nada. Alguma alminha acha que trejeitos como "mermão" e a gestualidade associada aos canarinhos conseguem traduzir alguma porra de missão? Zero! Canarinhos, senhores! Aqueles pontos amarelos esvoaçantes que encarnam um espírito trauliteiro de felicidade irritante, a cantar sem razão aparente... Acho que nunca ouvi uma definição mais liminar do que é um brasileiro. Um agradecimento sentido aos sempre alertas comentadores desportivos.

Nem os dentistas, os patrões que povoam os nossos medos de criança com o chiar de brocas e , não convencem ninguém com a treta do "Só mais um pouquinho, hein?" Oi? Aí! Cê sabe o que tem de fazé, né? oi?". O Alquimista do paulo Coelho era desdentado. O Lula da SIlva tb. Isso quererá decerto dizer algo.

Mas o pior, senhores, é um patrão brasileiro de viola em punho. O Gilberto Gil, em si uma figura despenteadamente arrepiante, fica agressivamente arrepiante. O que poderá caracterizar positivamente um condutor de escravos, mas falha redondamente nos testes de panache, pulhice e crapulismo aplicado inerentes à função de um qualquer bom patrão.

Isto tudo para dizer que o Brasil seria uma potência mundial se criaturas como nós, atentas ao sofrimento do Pai Povo e Mãe Nação, estivessem a orientar os destinos do governo brasileiro. E quem diz governo, diz clima, mercado negro ou até mesmo religião.
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Fico à espera do convite oficial.

quarta-feira, novembro 05, 2003

O Galo

Sempre me considerei amigo dos animais. De um modo geral, gosto de bichos, e não me costuma dar para cenas de violência gratuita com os ditos. Mas há uma criatura que, nos ultimos tempos, tem feito de tudo para trazer ao de cima os meus piores instintos.

Apesar de eu morar em Lisboa, que não só é uma cidade, que não só é uma capital, mas é também capital de um país da Europa, continente que inventou o conceito de urbano (podem desmentir-me à vontade que o espírito do post não sairá alterado), apesar de eu morar em Lisboa, dizia eu, existe atrás da minha casa, que é um andar, num prédio, uma capoeira. Uma capoeira!

Ora uma capoeira está sempre dotada desse odioso animal que é o galo. Não faço aqui distinção do género ou de idade. Para mim as galinhas, frangos e pintos são animais igualmente ridiculos. Nenhum outro animal serve de workshop para cursos de hipnotismo, quer como objecto de trabalho, quer como sugestão de transformação. Isto diz tudo sobre os galináceos. Mas o facto é que as galinhas em si, não me incomodam.

Já o galo, esse patrão das galinhas, dono dos ovos, ditador dos restantes frangos (acredito piamente num acordo entre o galo, o dono da capoeira, e as churrasqueiras, para uma morte prematura dos frangos, prolongando assim o jugo da ditadura do galo), o galo canta a plenos pulmões. E como vive em Lisboa, vive descontrolado, e canta a todas as horas do dia e da noite, durante períodos que já chegaram aos 40 minutos.

Uma arma, ah, uma arma. Um rifle de sniper, com mira telescópica. Já me vejo na minha janela a fixar o galináceo na lente, e a segui-lo com gosto, sempre focado na mira, durante uns 10 minutos de puro deleite, o bicho nem sabe como o seu fim está tão próximo... e assim que o visse a abrir o bico e a encher a fundo os pulmões, antes do primeiro decibel......... PÁ!

Que bem disposto eu iria trabalhar

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