<$BlogRSDUrl$>

Um bom pretexto para denunciar a infame campanha que o patronato move contra a classe trabalhadora (nós, apesar de um dos membros ser o seu próprio patrão), nem que seja necessário recorrer à mais baixa calúnia.

sexta-feira, outubro 31, 2003

Não vá eu esquecer-me,

segundo os mais devotos, estamos no ano 43 d.D, comemorado hoje. À parte quererem fazer do homem Deus, Cristo e Santo, o Maradona ainda é um bom anti-patrão.
Eleições para patrão!

O meu patrão é eleito a cada triénio. Dentro em breve, coisa de semanas, o meu actual patrão acaba o seu mandato e será eleito um novo patrão. Cinco novas figuras sinistras a mandar, que, mesmo ainda não sabendo quem são, sei não serem gente de confiança.

Como o actual patrão já anunciou a sua retirada (claro que só acredito quando vir), desde há algum tempo que se perfilam várias figuras em discretas movimentações, quase conspirativas (mas sem coragem para o serem realmente), de modo a serem finalmente elas próprias os novos patrões do nosso descontentamento.

Apesar do aparente aparato democrático, a verdade é que a coisa não é mais do que uma cooptação vergonhosamente disfarçada. O anterior patrão aprova o novo patrão, e a lista única, sempre única, assume o pesado fardo por outros 3 anos. Ainda se houvesse pelo menos uma outra discreta lista, assim uma espécie de Madaleno dos pequeninos, sempre podiamos aspirar a promessas principescas de aumentos de ordenado, bónus e prémios, ar condicionado no local de trabalho, viatura para uso pessoal, milhas da British Airways, seguro de saúde, e por aí fora, sendo que até, provavelmente, quanto mais listas, mais interessantes ficariam as promessas.

Não me iludo, sei que a promessa do candidato a patrão, seria rapidamente esquecida pelo patrão de jure e de facto, mas pelo menos sempre nos íamos entretendo.

Mas nem isso. Resta-nos apoiar a cabeça nas mãos e esperar para ver que cabeças perversas, que figuras hediondas, que vermes repulsivos se preparam para a grande corrida a patrão.

Jantar com o patrão

A minha empresa fez quatro anos na semana passada. Diziam todos os oráculos que não conseguiríamos passar da décima semana, mas afinal, apesar do nosso gráfico de vendas ter oscilado mais do que uma montanha russa, ainda cá estamos. A ocasião foi convenientemente celebrada com um jantar que, supostamente, deveria juntar proletários e patrões à mesa por uma noite. Parecia uma boa ocasião para fazermos todos de conta que somos amigos do peito, com canções e saudações à mistura, regadas com frescas caipirinhas do Brasil.
No entanto o meu patrão, num rasgo de clarividência anti-hipócrita que muito diz sobre o seu nobre carácter, não pôs lá os cotos. Nem ele nem o seu lacaio, o adjunto lambe botas. O meu chefe também optou por ficar em casa, de pantufas calçadas. E assim o povo saíu à rua e comemorou sem o ançaime do patronato nas fuças. A plebe assinalou a desconsideração patronal com um brinde e enfrascou-se valentemente (não toda a gente, claro, mas aqui o escriba não deixou passar a ocasião de alimentar o fígado à pala do empregador). Há males que vêm por bem. Vendo bem as coisas, nada como um patrão que nos paga o jantar e ainda faz o favor de não aparecer, de maneira a não estragar o convívio...
Clandestino Impalado

quinta-feira, outubro 30, 2003

Reunite Aguda

O meu patrão acusou-me de padecer de reunite aguda. Tal prognostico surgiu devido a vários sintomas meus:
1- Passar algum tempo fora do escritório em reuniões
2- Estar sempre a exigir que se tomem decisões prévias entre os interessados e só depois passar à acção.
3- Depois de ter sido fortemente criticado por ter decidido algo importante sem ter perguntado a ninguem, comecei a exigir que houvesse pela parte do patrão um conhecimento prévio do meu ponto de vista antes da decisão ser tomada.

Mesmo achando que devia pedir uma segunda opinião a um especialista (um politico ou um cientista) sobre esta minha maleita, deixo aqui algumas possiveis soluções para uma perigosa auto-medicação:

1- Injecções de penicilina anti-reunite;
2- Telepatia empresarial através de um chapéu-antena receptor/emissor e um aumento de salário mensal;
3- Adhocracia, cada um decide no que se sente mais capacitado e redireciona as questões em causa para o especialista da área em questão;
4- Lavagem dos ouvidos;
5- Teoria do Caos Total, cada um faz o que lhe apetece, não diz nada a ninguem e quando isto falir vamos todos jantar à sopa dos pobres.

E pronto, aqui fica exposta mais uma negra parte da minha biografia médica empresarial. Se conhecerem alguma cura milagrosa, seja da TVShop ou de Vilar de Perdizes avisem, o meu patrão agradece.

Cumprimentos profissionalizantes,

Cão Adão

p.s. - ó puto cientifico, já reparaste que o site do INOFOR está em baixo? Queres saber porquê? Pergunta-me.
Parece que temos concorrência sindical.

Opinarei mais tarde...

quarta-feira, outubro 29, 2003

Contra-ataque!

Ou os patrões andam especialmente eficientes na tarefa de nos tornarem absolutamente amorfos, ou a mudança de estação anda a fazer mal a todos os camaradas aqui do blog. Mesmo sabendo que o outono é época especialmente agradável aos bolsos dos meus amigos psicólogos, psiquiatras, parapsicólogos e outros especialistas afins, acho muito mais razoável a hipótese de uma acção conjunta do patronato para eliminar este grande veículo da verdade que é O Meu Patrão!!

Como tal dei já início a uma operação de escutas telefónicas, devidamente interpretadas pelo MP (Meu Patrão) que, estou certo, irá deixar-nos mais aptos a reagir aos biltres.

- Sr. chefe de secção, a situação tornou-se inadmissivel. Estou pronto a responsabilizá-lo!!
- É um equívoco Sr. Patrão. A resposta está já a ser preparada. Os nossos da duque d'avila preparam-se para anular o ponto dos gajos
(O MP apurou que os "nossos" serão a inspecção das actividades económicas e o ponto é, evidentemente, o chico!!)
- O ponto não é importante, seu imbecil. Os gajos manifestam-se de qualquer lado. É importante neutralizá-los enquanto não entram em velocidade de cruzeiro (O MP alerta para a consciência deles para o estado embrionário do blog, para além da óbvia referência à localização, disfarçada de velocidade).
- Temos outras medidas em campo, Sr. Patrão. Mas preferia transmiti-las pessoalmente.
- Tem razão. É melhor passar por cá. Não demore
- Concerteza, Sr. Patrão.


O MP prepara já escutas nas salas dos vários patrões, bem como intercepção de emails, e de correio postal e escutas a walkie-talkies. Em breve demonstraremos aos camaradas que o patronato está atento e que é necessário uma acção um pouco mais concertada da nossa parte.

quinta-feira, outubro 23, 2003

O trabalho edifica

Este mais que todos os outros.

Sem dúvida, no top das ocupações de patrão.

quarta-feira, outubro 15, 2003

O Patrão Poeta

O patrão do mundo dedicou a seguinte obra à sua patroa, que comovida o divulgou ao mundo...
Era bom que isto fosse uma piada, mas....




Roses are red
Violets are blue
Oh my lump in the bed
How I've missed you

Roses are redder
Bluer am I
Seeing you kissed by that charming French guy

The dogs and the cat, they missed you too
Barney's still mad you dropped him, he ate your shoe
The distance, my dear, has been such a barrier
Next time you want an adventure, just land on a carrier


-George W Bush

segunda-feira, outubro 13, 2003

Poesia de Natal em horário laboral

Muito comedido e ocupado tenho andado para só agora me dispor a aqui escrever. Na verdade tenho falado tanto mal do meu patrão que não tenho tido tempo a passar da fala para o papel. Passo a explicar; tenho um patrão que tal como todos os patrões, é um caso à parte. Falamos de um gajo de meia idade, divorciado, um filho, interprete de um instrumento sofisticado e pretenções de ser também produtor e compositor. Como nunca se meteu demasiado na droga, o seu grande vício sempre foi a cona, conseguiu ir criando riqueza e quando surgiu uma oportunidade aliada à necessidade, criou a própria empresa de produções e edições.
O meu patrão não foi homem de grandes estudos. Estudos fê-los na área da música e soube valorizar o suficiente a carreira para se tornar um músico de algum estatuto. Digamos por palavras suaves que ele é rápido nos ritmos da percussão mas lento na associação de ideias e processamento de informação. Compensa no entanto esta falta com uma desconfiança e uma generosidade hebraica. Terá um diabinho em cada ombro que constantemente lhe dizem: “estão a querer foder-te!”, “querem-te roubar dinheiro!”, “é muito caro!”, ...
Ora este patrão em causa não tem funcionários, apenas colaboradores. Gosta particularmente de conciliar dois modelos de trabalho num só: as obrigações do empregado com contrato (horário de trabalho fixo, total disponibilidade para com a empresa, ...) com as obrigações do patrão que recebe serviços por recibos verdes (ausência de segurança social, subsídio de férias, subsídio de alimentação e 13º mês, nenhum apoio na formação dos empregados, instabilidade laboral e pagamento muito abaixo da média). Para ele os fins de semana deviam ser proibidos, a vida pessoal totalmente amputada e deveriamos preferencialmente pagar um tributo para podermos trabalhar para ele e enche-lo de dinheiro.
Obviamente que o meu passado sindicalista não deixou passar em branco tais condições e já por várias vezes o confrontei com estas questões. A resposta foi sempre: “não quero encargos, de um momento para outro apetece-me acabar com isto tudo e como é que eu faço?”. Eu respondi que era exactamente esse o problema. Se estamos a trabalhar aqui precisamos de garantias. Estes colaboradores de que fala, nos quais me incluo, trabalham por um salário mísero, do qual têm de tirar 1/5 para a segurança social, mais a alimentação e transportes. Não fossem as comissões e o trabalho extra que fazemos quase sempre ao fim de semana, levando-nos a ter semanas seguidas sem descanso, obrigando-nos a viajar, muitas vezes a conduzir e afastando-nos da nossa vida social e familiar, tornava-se mesmo impossivel sobreviver com tal remuneração.
O meu patrão não vai com a minha cara. As razões são simples, por um lado nunca deixei nenhum desaforo passar sem lhe responder à letra e por outro, não sou gaja, logo não posso ser engatado perdendo à partida grande parte do seu interesse pela raça humana. Na verdade o facto de não poder ser engatado dá-me a grande vantagem de ao não ter de lhe dar uma nega ele não me despede em seguida.
Enfim, são tantas as aventuras que vos poderia contar que prefiro deixar tais romances de cordel para mais tarde.
Vosso,

Escancioneiro Padilha
De pau em riste
No mundo rico e diversificado dos patrões, há uma categoria que se destaca pela sua excepcional posição de autoridade, aliada à mais profunda inutilidade: o dos maestros.
Confesso que nunca percebi como é que um gajo que tem apenas um pauzinho na mão (provavelmente das espetadas que jantou no dia anterior) tem o poder de controlar aqueles que realmente estão a tocar instrumentos musicais. Tanta sofisticação e, afinal, as orquestras não são mais do que um simples rebanho - é o cajado que as conduz à força pelos montes e vales da música. Ainda para mais, o maestro é tido como uma grande figura. O único cabrão em palco que não toca absolutamente nada é que leva as palmas no fim.
E depois, o maestro pode ter o ar mais apanascado do mundo que ninguém, via estranhar. Há até uns que transpiram, de tanto se agitarem, tentando convencer-nos de que estão a fazer alguma coisa de útil em palco.
Mas há muitas mais vantagens em ser-se maestro. Vejam o exemplo da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Come-se à grande, viaja-se à pala, compram-se botões de punho de ouro e mete-se a conta nas ?despesas de representação?, e, com um bocado de lata, continua-se no cargo indefinidamente mesmo que os ingratos dos alunos, músicos e professores nos queiram aprisionar dentro da sede.
Eu já decidi. Amanhã largo este teclado miserável e compro um espeto. Vou começar ali pela Filarmónica dos Amigos da Damaia, mas depois ninguém me para. Só descanço quando o Scala de Milão fôr a minha sala de jantar.
O Clandestino Impalado

sábado, outubro 11, 2003

O meu patrão sabe-a toda. Para me impedir de denegrir a sua imagem e dar a conhecer a sua torpe figura, sabotou discretamente os computadores no meu local de trabalho: um não grava os settings, fazendo com que, entre outras coisas, todos os acentos sejam substituídos por a) pontos de interrogação b) quadrados c) uma amálgama de caracteres bizarros; o outro recusa-se frequentemente a aceder à internet, sem qualquer explicação plausível.

Ora isto é ou não do mais puro maquiavelismo que já se viu?

Comboio Azul

sexta-feira, outubro 10, 2003

Mold While You're Bold!

Peço desculpa ao amigo zbroing pela demora, mas aqui vão duas sugestões para o aniversário do patrão. Não se esquecerá mais de ti e é uma melhor que a outra!
Rent-a-Protester

Acabaram-se as desculpas para a falta de camaradas e tempo de antena.

Libertem o megafone para as profissionais.

Devo penitenciar-me. Falei desde que começámos no patrão, como essa figura desumana, exploradora, sodomita, cruel, requintada no acto de maldade. E afinal, não...
O que é preciso é saber ser patrão. O que não está ao alcance de todos. A cebola mostra-vos.
Eu que ia propôr uma pequena votação-sondagem para o novo nobel da paz, anuncio desde já a minha abstenção, agora que vergonhosamente vejo afastado o meu favorito

quinta-feira, outubro 09, 2003

No mundo do futebol o conceito de Patrão é multiplo e variado.

Para já, vou eliminar o presidente, patrão óbvio, mas relativamente pouco interessante. Ou omnipotentes como o Pinto ou o Gil y Gil, ausentes e poderosos como o Berlusconi, ou os que ninguem sabe bem quem são, como nos casos do Benfica ou do Sporting.

Tambem vou saltar a figura do treinador, que na maior parte dos casos, até manda menos que o roupeiro.

Salto ainda o capitão de equipa, figura decorativa, que organiza uns jantares (bem ou mal) e tem a seca das conferências de imprensa, distribuir os bilhetes no aeroporto. Enfim, se fossem espertos, era lugar que ninguém queria.

O que me parece especialmente interessante é o Patrão da Defesa. Isso sim! Um gajo que é patrão da defesa começa por ser, obrigatoriamente, a besta maior do quarteto, ou quinteto ou o que seja. Além disso, o estatuto tem que ser ganho, em campo, de preferência com níveis elevados de sacanice, violência e malícia. Até aqui, parece-me a figura mais semelhante ao patrão comum. Claro que nem todas as defesas têm um patrão.

Mas curiosamente, o povo, que é tão certeiro a falar mal do seu próprio patrão, de tal modo que é de boca cheia que clama que "sem aquele pedaço de merda lá, a malta funcionaria muito melhor", não admite que os pobres defesas operários joguem sem um patrão na defesa. Que imponha respeito, que grite com eles, que os faça chorar no balneário, etc.

É herético uma defesa não ter patrão. É época perdida.

Dir-me-ão: "sim, mas vê como o patrão da defesa é sempre o primeiro a ir abraçar o seu subordinado quando este marca um auto-golo". Digo-vos eu que estou certo que , como bom patrão, o patrão da defesa sabe como agir perante as representações sindicais (adeptos), e perante a Inspecção Geral do Trabalho (jornalistas). Dentro do balneário por certo que leva o rapaz que provocou tal desgraça às lágrimas convulsas.

Na equipa adversária, a concorrência, o patrão da defesa também é especialmente temido. E aqui a violência impõe-se ainda mais. De tal modo que o outro lado evita sempre que possível o patrão adversário. Até porque se partir ao meio um simples operário, este depois de levar na cabeça do patrão, acto imediato, ficará desestabilizado, e talvez desate a dar pau em tudo o que vê. Lógico que não tendo a classe do patrão (por isso é patrão), facilmente levará um ou dois ou três amarelos. O patrão dá pau, por um lado com mais gravidade e por outro muito mais dissimuladamente. A não ser que, como o Jorge Costa, já tenha imposto tambem a sua autoridade sobre o árbitro, o que lhe permite um pau muito mais solto e desprendido.

Gostaria de ter a opinião dos meus camaradas nesta questão. Pensei até em levar o caso um pouco mais longe, até porque certos meios-campos são também dotados de um patrão, que, infelizmente, é uma figura aparentemente mais simpática.

O ataque esse, nunca tem patrão. Todos mandam e ninguem tem razão. Será talvez por isso que tantos treinadores optam por colocar lá apenas um. Assim como se fosse um recibo verde que se mete lá à frente.
Avalia-mos
O meu patrão acordou um destes dias com uma ideia brilhante nos cornos: Se toda a gente faz avaliações nas suas empresas, porque não lançar-se ele próprio nessa empreitada. Nas casas sérias, a coisa costuma ser encomendada a empresas estrangeiras com nomes esquisitos, aliás dois nomes esquisitos como Magnunssen & Willies ou Dorfminster & Schelesser, mas aqui neste antro a poupança está à frente dessas merdas sofisticadas. São os nossos próprios chefes, os sodomitas assíduos, que nos vão enfiar mais um belo supositório pela tripa acima - são eles quem vão mandar ao patrão a avaliação das nossas competências laborais. Para isto ser melhor ainda, toda a gente sabe que a avaliação está em curso mas ninguém foi informado de nada. É a chamada enrabadela dissimulada: sabes que te estão a ir ao pacote, mas o cavalheiro nem se dignou a pedir licença.
Só é pena que o meu patrão não se avalie a si próprio. Certamente o seu génio revelar-se-ia em todo o seu explendor, para gáudio do povo em geral. Mas, afinal, é ele quem dá o consultório sexual da Maria às 300 mil almas que investem semanalmente uma pequena porção do seu ordenado para se instuírem. Assim vai este país...
O impalado

quarta-feira, outubro 08, 2003

Há dias em que só me sai isto sobre o meu patrão.
E digo mais...

Quem é o Pai Natal?

Observação Directa:

1º O Pai Natal não trabalha pessoalmente, mas tem muitos duendes na sua oficina
2º Ninguém o vê chegar. Só vemos os seus funcionários.
3º O Pai Natal só pega no saco das prendas no dia 24. Até lá, a estiva fica do lado da duendalhada.
4º O Pai Natal viaja e almoça muitas mais vezes do que o humano comum. Daí a sua pança saliente e rabo raso.
5ª Anda sempre atrás de, pelo menos, duas renas. E quando não anda, diz que anda.
6º O Pai Natal terá trabalho até ao dia em que decida retirar-se voluntariamente, numa homenagem de putos aparvalhados, que não acreditarão que o Pai Natal exista, ou que pelo menos exista assim...

Conclusão: o Pai Natal é um Patrão explorador de anões freaks e sem sindicato.

terça-feira, outubro 07, 2003

O meu patrão foi a tribunal

Hoje. O advogado do meu patrão diz que empresa só é empresa se já foi a tribunal pelo menos uma vez. Isto é (entendo eu), há aqui uma espécie de atribuição de autoridade moral para sodomizar, se e só se, já tiver sido sodomizado anteriormente. Ou, pelo menos, sodomizará muito melhor se conhecer o processo pelo lado mais incómodo da coisa.

Ora, o meu patrão, tinha até à data o cuzinho virgem... Mas tudo mudou.

Se o patrão vai a tribunal, a primeira reacção é um sorrisinho de inevitável malícia, de extâse, de satisfação. Mas analisadas as coisas um pouco mais a frio, logo reparamos que, quer o patrão seja fortemente castigado pelo coro dos tribunais, quer se safe à grande à justificada ganância do ex-empregado, as coisas só tendem a piorar para os que cá ficam.

Isto porque, se o patrão for punido, descarregará todo o seu rancor nos possíveis futuros queixosos, acabando-se as já poucas abébias e disparando notas de culpa em todas as direcções. Se se safar, achará que é inimputável e não hesitará em notificar todos os seus funcionários, ao pormenor, sobre o miserável fracasso da tentativa do biltre.

Não me importo de deixar duas definições importantes e imprescindiveis do patrão: É vingativo e rancoroso, por um lado e tem a certeza de que sairá impune de toda a sacanice que cometer, por outro.

Ainda que seja pouco relevante para a essência do post, deixo à laia de rodapé, que o meu patrão se safou, hoje....
Os Patrões dos desempregados - parte I

Muitas das vezes, um recalcamento depende da repetição de um comportamento pernicioso ao nosso. Noutras, depende da capacidade de arremesso.

Não me lembro muito bem do nosso caso...

segunda-feira, outubro 06, 2003

O Patrão faz anos

Hoje é uma data memorável, caros amigos, uma data que literalmente apenas se repete quando o proverbial rei faz proverbiais anos. A minha empresa-mãe faz 11 anos, facto que deveria dar azo a uma grande comemoração que se extendesse a toda a família. As empresas-irmãs mais velhas, bem como as empresas-irmãs mais novas começaram logo pela manhã a felicitar a empresa-mãe, pela qual foram efusivamente agradecidas. A minha empresa-filha, no entanto, e apesar de ter acordado mais cedo do que as outras, esqueceu-se do acontecimento e foi tomar o pequeno-almoço como de costume. Esqueceu-se, assim, de ir comprar uma prenda.

No entanto, a minha empresa-filha, que eu desconfio fortemente ser bastarda, ficou mais uma vez naquela frágil posição de empresa-filha do meio, ou seja, ainda não tem idade suficiente para ter autonomia para ir à rua comprar uma prenda, e já carece da inocência de fazer uma merdelhice qualquer mal amanhada que seja recebida com carinho pela empresa-mãe, orgulhosa do seu benjamim. Tudo isto acrescido do facto de sermos aqueles que estão para ali no meio, não somos nem o orgulho dos primeiros nem os queridos dos petizes.

Ora tudo isto deixa-nos numa posição deveras frágil. Ou arriscamos e saímos à socapa para arranjar qualquer coisa de última hora, e que de qualquer modo vai mesmo parecer uma prenda arranjada à última hora, ou deixamo-nos ficar quietinhos, à espera da altura em que toda a família se vai reunir à mesa no ritual das oferendas, sabendo perfeitamente que chegará a hora fatídica em que teremos de murmurar uma vaga e reles desculpa, enquanto somos bombardeados por olhares de reprovação e desapontamento vindos de fora e raios e coriscos de culpa vindos das nossas entranhas.

Eu, por mim, tentava criar uma manobra de diversão, por exemplo fugindo de casa aos berros, fazendo uma cena ao jantar, rapando o cabelo e tatuando suásticas na testa, enfim, qualquer coisa que desviasse as atenções para o nosso comportamento negligente e deplorável. Mas sei bem que isto tudo não passa de fantasias de putos sem qualquer hipótese de se realizarem (embora secretamente alimentemos o desejo de vir a acontecer).

Quem me dera já ser crescido.

No fundo, tudo isto se resume à vetusta luta entre os filhos da patroa e os filhos da puta.

SICrano
A CHEFIA INTERMÉDIA


- Boa tarde, sr. shefe de secção.
- Muito boas tardes, Sr. Patrão. Está bonzinho? E a esposa?
- Vai bem, sr. chefe de secção, mas a razão do meu telefonema é outra.
- Estou, como sempre ao seu inteiro dispôr, Sr. Patrão. Em que posso servi-lo?
- Recebi o relatório do departamento de controlo de execução interna, que destaca a improdutividade da secção que o sr. chefia, sr. chefe de secção.
- A quem o diz, Sr. Patrão, a quem o diz. Estou rodeado de incompetentes. De cada vez que é necessário realizar bem uma tarefa tenho que pôr eu próprio mãos ao trabalho, o que como imagina me tem desgastado imenso.
-Você próprio, sr. chefe de secção?! Delegue homem, delegue! E depois, a sua secção é o seu reflexo. Vejo-o em muito maus lençóis.
- Mas não, Sr. Patrão, mas não. Permita-me recordá-lo que foi o Sr. Chefe de Recursos Humanos que coordenou todo o processo de selecção, recrutamento e formação da minha secção. Faço apenas o que posso com os parcos meios de que disponho.
- Não me recordo de nenhum memorando apontando o seu desagrado com a decisão do Sr. Chefe de recursos humanos, sr. chefe de secção.
- Não me apercebi logo, Sr. Patrão. Mas com o passar do tempo os elementos que compõem a minha secção foram despontando para a mais absoluta incompetência, o que, volto a recordar, me faz ocupar muito mais do meu tempo, que deveria, obviamente, ser passado a chefiar.
- Que propõe, o sr. chefe de secção, para a rápida resolução desta situação? A que se deve tal improdutividade?
- Na minha modesta opinião, Sr. Patrão, julgo que um aumento poderia resolver grande parte dos problemas sentidos na minha secção.
- O aumento de 0,74% está previsto, para toda a sua secção, já em Janeiro, sr. chefe de secção.
- Mas não, Sr. Patrão. Eu propunha um aumento para o chefe de secção da secção que chefio.
- Ó Homem, isso não é possível!! Como sabe eu e o Sr. Director Financeiro acabámos de fechar o orçamento, e não há como afastarmo-nos dos 0,74%.
- Concerteza Sr. Patrão, mas a minha proposta vai precisamente ao encontro do que estipula o orçamento. Pelas minhas contas, congelando os ordenados dos meus colaboradores durante os próximos dois exercícios, e com um pequeno downsizing, de no máximo dois funcionários, a minha remuneração poderia sofrer o pequeno ajustamento de 38,54%. Ora ao ver o aumento do chefe de secção, a minha liderança saíria reforçada junto dos meus colaboradores, e ao libertar os dois elementos que falávamos, a equipa ficará muito mais coesa e eficiente.
- Por mim a proposta, pode passar, já que não vem alterar em nada o orçamento aprovado, mas isso não causará mal-estar na sua secção, sr. chefe de secção?
- De todo, Sr. Patrão, de todo. Por um lado, todos sabem das dificuldades por que passa a nossa amada organização, e por outro, julgo que um despedimento é sempre estimulante, especialmente para os colaboradores com contratos a prazo, Sr. Patrão.
- Muito bem, sr. chefe de secção, então, estamos de acordo. Espero que para o ano, por esta altura os resultados da sua secção sejam substancialmente melhores.
- E serão, Sr. Patrão, e serão. Garantidamente. Tenho, no entanto, um último pedido, Sr. Patrão.
- Então?!
- Penso que seria útil e vantajoso para todos, especialmente para o bom ambiente do grupo de trabalho, se o Sr. Patrão, solicitasse ao Sr. Chefe de Recursos Humanos que comunicasse à minha secção as decisões que a organização acaba de tomar.
- Não me parece complicado, mas o sr. chefe de secção devia ser mais homenzinho.
- Mas não, Sr. Patrão, não se trata disso... É apenas uma medida para evitar quebrar a coesão que caracteriza esta secção que chefio.
- Bem... confio em si, sr chefe de secção... veja se produz resultados. Adeus.
- Foi um prazer ouvi-lo, Sr. Patrão, cumprimentos à esposa e ao paizinho. Muito gosto em ouvi-lo, Sr. Patrão, muito gosto.


Elefante
Caros, caríssimos:

Não há sepusitório maior que o template que o patrão do blogger nos arranjou.
Ao preparar-me para devolver, finalmente, todos os supositorios ao meu patrao, deparei-me com uma duvida que apraz esclarecer, antes de mais nada. A diferença e implicaçoes para este blog dos conceitos de "Patrao" e "Chefe", bem como da necessidade de saber se o carinho que se tem por ambos esta ao mesmo ni­vel, se os supositorios que cada um dispoe sao semelhantes, se sao a mesma pessoa, se sao pessoas, se existem, se frequentam o royal maxime.
No meu caso concreto, nao tenho chefe, mas tenho patrao. Isto eh:
nao tenho uma figura ao meu lado a explicar-me porque eh que tudo o que produzo eh inutil e mal construido, ou a lembrar-me que nao mereço um centimo que ganho, e por outro lado tenho um patrao personificado em 5 figuras sinistras, que planeio em posts futuros descrever com pormenor.
Como sao 5 nunca estao de acordo, a nao ser no facto que eu ganho demais, e que nunca em dias de vida irei ganhar mais do que no preciso momento. No entanto, dadas as dificuldades com que a organizacao, o financiador, o pais e o mundo se deparam, todos ganhariamos se eu trabalhasse um pouco mais.
Por outro lado, serem 5, traz a vantagem de facilitar a intriga, a conspiracao, o jogo, a estrategia. Enfim, torna-se aliciante.
Em resumo, estou livre da habitual mediocridade e falta de espiral medula que pululam pelas chefias intermedias, mas por outro lado nao tenho um escudo que me defenda dos sinistros patroes.
Nao estando ainda absolutamente esclarecida esta dicotomia chefe/patrao, voltarei em breve ao tema se V.Exas. nao entenderem que tal se tornará enfadonho em demasia.

Elefante

(dado o estado em que os acentos puseram o ultimo post, optei por nao colocar acentos, ate este problema se ver resolvido, pelo que peco desculpa. Achei que devia nos casos de "e com acento" colocar "eh" para se tornar perceptivel, o que para mim foi quase um supositorio... escrever "eh", eh na minha opiniao, tao ou mais grave do que dizer "eh assim")

domingo, outubro 05, 2003

Salvador Dali, ao ser deserdado pelo pai, enviou-lhe um frasco de sémen e um bilhete que dizia "Não te devo nada"; se calhar, quando for despedido, devia ir à farmácia comprar uns supositórios bem corpulentos para enviar ao meu patrão.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

on-line